Categoria Geral  Noticia Atualizada em 04-08-2014

Autores e público da Flip confessam quais obras clássicas
James Joyce, Marcel Proust e Clarice Lispector foram citados; veja lista. Festa Literária Internacional de Paraty terminou neste domingo (3).
Autores e público da Flip confessam quais obras clássicas
Foto: g1.globo.com

Eles são clássicos da literatura. São "vacas sagradas". Mas também são livros "difíceis, que não prendem, são desinteressantes".
Ao menos esta é a opinião de alguns autores convidados da 12ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que terminou neste domingo (3).
A pedido do G1, eles eles responderam a pergunta: "Qual o clássico você não gostou de ler ou tentou mas desistiu no meio do caminho?".
Participaram ainda pessoas do público que foi a Paraty.
Houve um predomínio de autores considerados áridos, como o irlandês James Joyce, e de obras monumentais (em tamanho e signficado), como "Em busca do tempo perdido", de Proust, e "Guerra e paz", de Tolstói .
Veja abaixo as respostas, primeiro dos autores e depois do público:

Joël Dicker, autor de "A verdade sobre o caso Harry Quebert"
"Há toneladas de livros clássicos que não li, para o meu azar. São principalmente franceses. "Ligações perigosas" [de Choderlos de Laclos] não terminei porque fui forçado a lê-lo e queria me rebelar. Comecei mas não terminei "A megera domada", de Shakespeare, também porque tive que lê-lo e estava cansado dele. Foi uma pena, tenho que dizer. Espero ainda ler essas obras."

Eleanor Catton, autora de "Os luminares":
"Nunca terminei "Casa desolada" [de Charles Dickens], o que é vergonhoso. Preciso voltar e começar de novo. Sabe, às vezes me sinto um pouco perdida no meio do livro, coloco de lado, é um pouco longo... Então, pretendo lê-lo, mas não sei o que acontece."

Juan Villoro
""Eneida", de Virgílio, que tratei de ler quando era muito jovem. É longuíssimo! Pensei que seria uma grande história de aventuras e me perdi um pouco na mitologia. Culpo os deuses".

Michael Pollan, autor de "O dilema do onívoro"
"Comecei e não terminei "Finnegans wake" [de James Joyce], que não fez sentido algum pra mim. Não pude entendê-lo."

Andrew Solomon, autor de "O demônio do meio-dia":
"Sabe, nunca terminei"Moby Dick" [de Herman Melville], que é considerado o grande romance americano. Eu comecei a lê-lo quando era muito jovem, lia parte e me distraía. Reconheço seu brilhantismo, mas ele realmente não me pegou. Eu pretendo voltar a lê-lo desde então, mas ainda não consegui. Pretendo lê-lo ainda, absolutamente."

O documentarista vencedor do Oscar Charles Ferguson (Foto: Flavio Moraes/G1)
Charles Ferguson, diretor do documentário vencedor do Oscar "Trabalho interno":
"Me envergonho de dizer que há vários. Deixe-me pensar..."Guerra e paz" [de Tolstói], "Crime e castigo", de Dostoiévski... Sobre "Guerra e paz", achei longo e com ritmo lento, mas na verdade achei "Crime e castigo" fascinante. Honestamente, não consigo me lembrar porque não o acabei, faz um bom tempo. Algum dia gostaria de lê-lo, porque adoro Dostoiévski."

Thelma Guedes, escritora e autora de novelas, durante evento paralelo à Flip (Foto: Paola Fajonni/G1)
Thelma Guedes, autora de novelas e participantes da FlipMais:
""Em busca do tempo perdido" [de Marcel Proust]. Preciso voltar neles, não consegui terminar o primeiro [a obra tem sete volumes]. Eu acho que foi porque na época eu fazia faculdade de letras, trabalhava tirando cópias em uma biblioteca da USP e estudava de noite. Então, eu começava a ler e dormia, porque essa questão do tempo do "Em busca do tempo perdido".. Eu acho que era embalada e adormecia na biblioteca em cima desse livro."
A psicóloga Patrícia Bustamante na Flip (Foto: Paola Fajonni/G1)
Patrícia Bustamante, 25, psicóloga, de Cruzeiro (SP):
""A hora da estrela", da Clarice Lispector, acho que não terminei. Não me lembro do fim, então... Sei que é um livro que peguei, mas não lembro do fim."


O educador físico Alex Rodrigues na Flip (Foto: Paola Fajonni/G1)
Alex Rodrigues de Oliveira Cruz, 32, educador físico, de Cruzeiro (SP):
"Tem um do Jorge Amado, "Capitães da areia", que fui obrigado a ler e não tive interesse. Hoje tenho vontade de reler."


Mauro Ortiz das Neves na Flip (Foto: Paola Fajonni/G1)
Mauro Ortiz das Neves, 72, paisagista, de Valinhos (SP):
""Os Sertões" [de Euclides da Cunha], me deu um pouco de preguiça, falta de vista... Faz tempo que comecei. Vou ver se acho para continuar a leitura."


Juliana Morano Flip (Foto: Paola Fajonni/G1)
Juliana Morano, 25, estudante universitária, de São Paulo (SP):
"Em "A divina comédia" [de Dante Alighieri] nunca terminei a parte do céu. Depois que leio o Inferno e o Purgatório, tenho a impressão que tudo já foi dito sobre o livro."


Gustavo Fattori (Foto: Paola Fajonni/G1)
Gustavo Fattori, 26, cineasta, de São Paulo (SP):
"Não terminei "Diário da guerra do porco" de Adolfo Bioy Casares, que por algum motivo não me prendeu. Estava vindo de uma sequência de leitura de livros mais interessantes dele e esse não foi o caso."

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir