Categoria Geral  Noticia Atualizada em 04-08-2014

"Crime não tem explicação", diz amiga de menina morta
Garota foi baleada por homem que seguia em motocicleta, em Goiânia. Homicídio tem semelhanças com outros casos; polícia reforçou investigação.

Foto: g1.globo.com

Familiares e amigos da estudante Ana Lídia Gomes, 14 anos, que foi morta a tiros em um ponto de ônibus, em Goiânia, afirmam que não sabem o que motivou o crime. "Essa morte é sem explicação. Ela era uma criança, nunca namorou. Agora que ela aprendeu a ir até a Feira da Lua, onde ia trabalhar todo sábado e ganhava R$ 50. O crime não tem explicação", disse uma amiga da menina, a administradora de empresas Silvana Aparecida dos Santos. Após esse assassinato, que tem as mesmas características de outros homicídios registrados na capital, a Polícia Civil diz que não descarta a ação de um "serial killer".

O caso aconteceu no sábado (2), no Setor Conjunto Morada Nova. Segundo a investigação, a garota estava em um ponto de ônibus para se encontrar com a mãe, quando um homem passou pelo local em uma moto escura e efetuou três disparos na direção da vítima. Dois dos tiros atingiram o peito da menina, que morreu na hora. O suspeito fugiu logo após o crime.

A discussão sobre a ação de um suposto assassino em série voltou à tona por causa do modo de agir do suspeito, que é semelhante a outros homicídios contra mulheres que ocorreram neste ano em Goiânia. Nos crimes, o suspeito chega de moto, saca a arma, dispara contra a vítima e foge sem levar nada. Ao todo, segundo a polícia, 40 casos de homicídios contra mulheres foram registrados em Goiânia neste ano, totalizando 45 vítimas. Destes, 11 inquéritos foram solucionados até o momento.

"A princípio, a gente não descarta a hipótese de um "serial killer", embora as investigações apontem que não é apenas um motociclista que venha agindo dessa forma. Temos pessoas com características semelhantes, mas em motocicletas diferentes. Não podemos afirmar, mas também não podemos negar até efetuarmos a prisão desses suspeitos", afirmou o delegado Murilo Polati, titular da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH).
"São casos de extrema complexidade que não dependem só da polícia. Somos dependentes de laudos do Instituto de Criminalística e representações no Poder Judiciário que podem demorar a ser acatadas. Mas não podemos afirmar e descartar nenhuma hipótese", destacou o delegado.

Reforço policial
Após a morte de Ana Lídia, diversas pessoas passaram a comentar sobre o assunto nas redes sociais e a pedir que as autoridades se mobilizem. No domingo (3), o superintente da Polícia Judiciária da Polícia Civil de Goiás, delegado Deusny Aparecido, anunciou que delegados do interior do estado vão reforçar a investigação de crimes em Goiânia. O objetivo é acelerar os inquéritos que estão em andamento. Os agentes devem começar a trabalhar nesta terça-feira (5).

"Com essa onda, com essa comoção, recebemos ordens do governo de Goiás e da Secretaria de Segurança Pública para que as investigações sejam intensificadas, para que as respostas venham mais rápidas", afirmou Deusny.
Segundo ele, nos casos já investigados, a ação de um assassino em série foi descartada. "Nos 11 casos que já desvendamos, posso garantir que não há participação de "serial killer" e que cada um teve circunstâncias diferenciadas. Já em relação aos que faltam, existem características semelhantes, principalmente pelo uso de motociclistas", afirmou.
Além do auxílio nas investigações, a Polícia Militar de Goiânia recebeu nesta segunda-feira um reforço de 568 policiais militares selecionados pelo Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual (Simve). De acordo com a corporação, eles vão agir, inicialmente, nos setores mais violentos da capital: Centro, Jardim Novo Mundo, Jardim Guanabara, Setor Pedro Ludovico, Setor Finsocial, Setor Norte Ferroviário, Setor Real Conquista e Conjunto Tropical.
O secretário de Segurança Pública, Joaquim Mesquita, diz que o aumento das forças policiais vai ajudar a reduzir e elucidar os crimes. "Penso que com esses dois reforços, da Polícia Militar e da Polícia Civil, teremos condições de dar uma resposta mais rápida para a sociedade", destacou.



Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir