Sem água tratada, energia só 12 horas por dia, mais de 40% desempregados. Conheça o lugar onde moram 1,76 milhão de pessoas e que é palco de conflitos há mais de 50 anos
Foto: g1.globo.com São Paulo - Quase um mês depois do início dos ataques, Israel retirou seu exército da Faixa de Gaza na manhã desta terça-feira, respeitando o cessar-fogo de 3 dias acertado na noite de ontem.
O cessar-fogo foi aceito em resposta a um pedido do Egito, que media as negociações de paz.
Desde domingo, representantes das principais milícias aceitaram um documento base para começar as negociações para o fim do bloqueio israelense que já dura 7 anos.
A ideia é que nos próximos dias uma delegação israelense vá ao Cairo dar continuidade às negociações de um acordo global que acabe com o conflito.
No entanto, minutos antes da entrada em vigor do cessar-fogo, milícias palestinas dispararam vários foguetes contra as principais cidades israelenses.
Em Gaza, o comércio reabriu e começam a chegar caminhões com alimentos, remédios e todo tipo de ajuda humanitária. Os danos na região já ultrapassam os US$ 5 bilhões e a reconstrução de Gaza - se o conflito enfim terminar - deve levar anos.
Veja a seguir um raio-x da Faixa de Gaza e o porquê ela é constante palco de conflito entre israelentes e palestinos:
População
Cerca de 1,76 milhão de pessoas vivem na Faixa de Gaza. Mais de 25% deles têm parentes na Cisjordânia e 15% têm parentes em Jerusalém Oriental ou em Israel.
A movimentação de pessoas para a Cisjordânia é proibida por Israel - só há excessões para "casos humanitários excepcionais".
No primeiro trimestre de 2014, a taxa de desemprego foi de 40,8%. Entre os jovens (entre 15 e 29 anos), 6 em cada 10 não tem trabalho.
Mais de 70% da população recebe ajuda humanitária.
5 em cada 10 moradores têm menos de 18 anos.
Gaza é uma das regiões com maior densidade populacional do mundo: são mais de 4,5 mil pessoas por quilômetro quadrado.
Infraestrutura
A escassez de combustível e eletricidade resulta em quedas de energia de até 12 horas por dia, todos os dias.
Mais de 90% da água do aquífero de Gaza não é seguro para o consumo humano sem tratamento
Hamas
O Hamas conquistou a maioria dos assentos parlamentares nas eleições da Autoridade Palestina (que compreende Cisjordânia e Gaza) de 2006.
Depois das eleições, o Hamas entrou em confronto com o Fatah, facção laica que comanda a Autoridade Palestina e que não aceitou o resultado das eleições.
Em Gaza, o Hamas conseguiu expulsar o Fatah
e tomar o poder da região
Desde então, não foram realizadas eleições no território palestino.
O grupo é um dos vários grupos islâmicos militantes palestinos e, em seu estatuto, não reconhece a existência do Estado de Israel. O Hamas defende a criação de um único Estado palestino que ocuparia a área onde hoje estão Israel, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.
Seu nome é a sigla em árabe para Movimento de Resistência Islâmica. A agremiação surgiu após o início da primeira Intifada (revolta palestina) contra a ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, em 1987.
Para Israel, EUA, União Europeia, Canadá e Japão, o grupo é considerado uma organização terrorista.
Fonte: g1.globo.com
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