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Testemunhas dizem à polícia que jovem combinou sexo em grupo

Adolescente afirma ter sido estuprada por 10 rapazes em Bauru, SP. Jovem teria enviado fotos nuas e ato teria sido combinado, diz polícia.
Testemunhas dizem à polícia que jovem combinou sexo em grupo

Foto: g1.globo.com

Cinco testemunhas e um suspeito de um suposto estupro coletivo em Bauru (SP) foram ouvidos pela delegada Priscila Bianchini, responsável pela investigação. Os relatos ofereceram novas informações ao processo que podem mudar os rumos da investigação, de acordo com a delegada. A adolescente também será ouvida na tarde desta terça-feira (5), além de outras cinco testemunhas.
Em depoimento, três testemunhas, ouvidas separadamente e em horários diferentes, contaram uma nova versão sobre o caso. Segundo elas, os atos praticados tiveram o consentimento da adolescente e que, antes dos fatos, a jovem já teria dito que faria sexo com o grupo posteriormente acusado por ela. Ao inquérito, inclusive, já foram anexadas fotos íntimas que a suposta vítima teria encaminhado a um dos rapazes envolvidos.

A jovem de 17 anos contou à polícia que aceitou a carona de um vizinho para voltar para casa, onde mora com os pais no Parque Santa Edwirges. Outro rapaz, que também estava na festa de aniversário no Parque Vitória Régia, foi junto. Ao chegar perto deste terreno baldio, um grupo com outros jovens teria se aproximado. Ela teria então sido empurrada, obrigada a consumir bebidas e droga, e estuprada por eles.
Dois suspeitos foram presos e disseram que o ato foi consentido, o que revolta a mãe da adolescente. "Eles estão jogando contra ela, eles estão errados e jogaram a culpa nela", afirma a mãe da jovem.
Uma das testemunhas ouvidas ontem confirmou a versão dos rapazes presos. "Essas testemunhas falam que ela já manifestava esse interesse de praticar os atos, assim que ela chegou à festa, antes mesmo de começar a ingerir bebidas alcoólicas e que, posteriormente, em um momento da festa, ela chamou os rapazes para irem até o local e que ela iria praticar os atos, e que ela foi de livre e espontânea vontade, não foi forçada a ir até o terreno", explica a delegada.

Agora a delegada vai ouvir a adolescente, que já chegou de uma viagem que fez no fim de semana, para confrontar a versão das testemunhas. "Nós intimamos a adolescente porque existem algumas testemunhas que observaram o comportamento da adolescente, como se deram mais ou menos os fatos e nós precisamos que ela esclareça alguns pontos e se ela confirma a versão dada primeiramente de que ela foi forçada a praticar esses atos."
Segundo a delegada, as testemunhas disseram que a jovem já conhecia os rapazes e que teria até trocado mensagens e enviado fotos nuas para alguns deles. "Os rapazes são do bairro onde ela mora, então já existia um contato entre eles e que, inclusive ela já tinha manifestado interesse por um deles que não aceitou sair com essa adolescente, portanto são pontos que nós precisamos esclarecer com a adolescente", completa.
As testemunhas também teriam dito o que fez a adolescente mudar de ideia e denunciar o grupo por estupro. De acordo com a delegada houve uma discussão no local dos fatos. "A partir dessa discussão, a adolescente teria ficado bastante nervosa e disse que iria denunciar os rapazes por estupro". Ainda segundo Priscila, mesmo se confirmado que foi consentido, o fato da jovem estar alcoolizada e sob o efeito de drogas ainda pode configurar estupro. "Se consentido nós sabemos que não há estupro, porém, se ela ingeriu bebida alcoólica e fez uso de entorpecentes e não tinha discernimento, consciência do que estava fazendo, estamos ainda diante de um caso de estupro."
Suposto vídeo
A delegada confirmou a suspeita de que haveria um vídeo do fato, no entanto, a pessoa que teria essas imagens ainda não se apresentou à polícia. "A investigação levantou a possibilidade de existência desse vídeo, que alguma pessoa teria filmado o ato, mas essas imagens não chegaram às mãos da polícia ainda. Então nós estamos aguardando, se aparecer alguma pessoa com esse vídeo, ele vai ser encaminhado para perícia e será anexado ao inquérito", esclarece.
Dois suspeitos do crime, de 19 e 22 anos, continuam presos na Cadeia de Barra Bonita, no entanto, eles têm a possibilidade de responder em liberdade. "Tanto a defesa pode entrar com o pedido de liberdade, como o juiz de ofício pode conceder que eles respondam em liberdade."

Fonte: g1.globo.com

Por: Gabrielly Rebolo | Imprimir