Categoria Geral  Noticia Atualizada em 06-08-2014

Mulher de pichador morto pela polícia afirma que marido não tinha arma.
Ela esteve no DHPP e não reconheceu fone achado em mochila. Polícia fez nova perícia no edifício em que os dois pichadores morreram.
Mulher de pichador morto pela polícia afirma que marido não tinha arma.
Foto: www.g1.globo.com

A mulher do pichador Aílton dos Santos, morto no dia 31 em um prédio da Mooca onde teria entrado para fazer pichações, afirma que o marido não tinha revólver e que não pode ter morrido em um confronto com a polícia.

"Atirou na polícia com que arma? Ele não tinha revólver", afirmou Eliete Prestes contestando a versão da Polícia Militar, que afirma que Aílton e o amigo dele, o também pichador Alex Dalla Vechia Costa, tinham duas armas.

Eliete esteve na terça-feira (5) na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para falar com os policiais que investigam o caso. Ela afirma ainda ter encontrado itens na mochila de Aílton que não pertenciam ao marido, como um fone de ouvido. Os familiares dos pichadores defendem a tese de que não houve confronto e que os pichadores foram executados.

Também na terça-feira, a Polícia Civil voltou ao prédio da Mooca para realizar uma nova perícia. Foi usado o luminol, uma substância que torna possível enxergar manchas de sangue imperceptíveis a olho nu.

A Corregedoria da Polícia Militar também investiga o comportamento dos policiais que
atuaram no caso.

Imagens

Alex Dalla Vecchia Costa, conhecido pichador da região do ABC, e Aílton dos Santos, entraram às 18h do dia 31 no edifício Windsor, segundo imagens de câmeras de segurança. Em seguida, passam pela guarita, seguem pelo hall e pegam o elevador. Eles fazem várias "selfies" enquanto sobem até o 17º andar.

O porteiro vai até o hall e volta para portaria. Em seguida, o zelador desce pelo elevador e trava um dos elevadores, com um pé de cabra e uma cadeira.

Os policiais militares chegam ao prédio 25 minutos depois da entrada dos pichadores. Cinco PMs entram primeiro. Em 11 minutos, mais seis policiais entram no Edifício Windsor. O entra e sai dos policiais militares foi constante durante pelo menos uma hora.

Na versão dos policiais, os pichadores tentaram assaltar o prédio e foram mortos depois de um tiroteio. Um policial foi ferido no braço.

Os amigos e a família dos dois não acreditam nesta versão e afirmam que os dois entraram no prédio para pichar. Os investigadores têm gravações de celular de Alex convidando amigos para pichar o prédio.

Alex e Aílton eram pichadores há mais de 15 anos e faziam parte do grupo conhecido como Jets, que nasceu na região de Santo André, no ABC, no fim dos anos 1990. A marca dos Jets é fazer escaladas ou invadir prédios para deixar a sua marca nas alturas. Quanto mais alto o prédio, maior o desafio.


Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Ana Luiza Schetine    |      Imprimir