Categoria Geral  Noticia Atualizada em 15-08-2014

Com 161 anos, Jaú é cidade mais antiga do Centro-Oeste
Município recebeu esse nome por causa de espécie de peixe. Hoje a cidade é considerada capital do calçado feminino.
Com 161 anos, Jaú é cidade mais antiga do Centro-Oeste
Foto: g1.globo.com

Jaú é o município mais antigo da região Centro-Oeste Paulista e nesta sexta-feira (15) completa 161 anos. Com uma história que orgulha seus cidadãos desde sua fundação até o título de capital do calçado feminino, é possível entender um pouco da cidade através do hino municipal.
A antiga vila "Barra do Ribeirão do Jaú" foi batizada pelos bandeirantes, baseado no nome dado pelos índios ao peixe do rio. "Herança de um índio valente, que um dia batizou ao chamar de Jaú o peixe bravio, audacioso e esguio que com ele lutou", canta o hino municipal. O peixe jaú era facilmente encontrado por índios da região. Quando os primeiros colonizadores europeus chegaram também aproveitaram da fartura e o famoso pescado logo emprestou o nome ao rio e depois a cidade.
"Existe relatos de se falar dessa região como região do Ribeirão Jaú, onde esses peixes eram facilmente encontrados. Quando os primeiros colonizadores chegaram, optaram por deixar o mesmo nome, que mantém até hoje no nome da nossa cidade", conta o historiador Jeferson Miranda.

Religião
A população crescente da vila "Barra do Ribeirão do Jaú" pedia por uma igreja e um homem rico ajudou trazendo de Itu a santa de que era devoto, conta o padre Celso Luiz Buscariolo.
"Os moradores dessa região queriam um lugar para fazer os batizados, missas. Então fez-se uma primeira capela com recurso da própria natureza, madeira, sapê. Então trouxeram de Itu a imagem que ainda se conserva e é uma relíquia na nossa paróquia."
Quatro paredes foram levantadas ao redor da imagem e estava pronta a capela para a primeira missa e a fundação do povoado, em 15 de agosto de 1853. Quatro reformas depois e já tinham uma das mais belas paróquias do estado. A arquitetura com estilo gótico até hoje impressiona.
Economia
Com produção em abundância, Jaú sempre se destacou na economia. A cada época com um tipo de produto e a fase mais rentável foi de produção de café. A cultura que fez a história do país teve grande participação de Jaú, a capital da terra roxa, uma das melhores do mundo em qualidade, fazia jus ao título e gerava dinheiro na agricultura, alavancando o desenvolvimento do município.

"Com o dinheiro do café foram feitas as principais benfeitorias de Jaú. A Santa Casa foi doação de terreno pelo Major Prado. O colégio que hoje é faculdade, eles foram buscar os padres e freiras para que os filhos pudessem estudar aqui e não precisassem sair", lembra a aposentada Maria Antonieta de Almeida Prado.
O conhecido "ouro negro" rendia tanto que a família Ribeiro de Barros patrocinou o sonho audacioso de um dos filhos, recém-habilitado para pilotar aviões. João Ribeiro de Barros queria atravessar o atlântico e ser o terceiro no mundo a realizar o feito.
Na Itália comprou um hidroavião reformado, modelo capaz de pousar na água e em uma viagem arriscada que durou um dia inteiro, foi ovacionado ao chegar ao Brasil e lembrado no hino da cidade: "Teu feito relevante para a nossa aviação." O sobrinho do aviador, Rubens Ribeiro de Barros, também lembra orgulhoso do tio. "O que os europeus não conseguiram, ele como um caipira brasileiro, nascido e criado em Jaú, veio da Europa para o Brasil."
Mas para a população, o que mais chama atenção atualmente está nas vitrines. Depois de anos de história, Jaú se tornou a capital dos calçados femininos e sua economia gira em torno das fábricas de calçados.



Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir