Categoria Geral  Noticia Atualizada em 20-08-2014

Após confronto com a PM, portão é reaberto
Portão principal da Cidade Universitária foi reaberto por volta das 7h40. Segundo a PM, não houve feridos; sindicato diz que 4 se machucaram.
Após confronto com a PM, portão é reaberto
Foto: g1.globo.com

O protesto de funcionários grevistas da USP, que bloqueou os portões da Cidade Universitária e acabou em confronto com a Polícia Militar, acabou por volta das 7h40 desta quarta-feira (20). Nesse horário, o portão principal da universidade foi reaberto e as Avenidas Vital Brasil e Francisco Morato, palco do confronto, já estavam liberadas.

Cerca de 10 carros da PM se posicionaram na entrada da universidade, enquanto um grupo de grevistas se concentrava dentro do campus. A corporação disse ter tentado negociar uma saída pacífica.

Confronto
O Portão 1, o principal da universidade, foi fechado ainda de madrugada. O portão do Hospital Universitário foi reaberto para assegurar o atendimento de emergência. Pouco depois das 6h30, os manifestantes bloquearam a Rua Alvarenga. Equipes da Polícia Militar, então, saíram pelo portão principal e começaram a dispersar o ato com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Os manifestantes revidaram com pedras e paus. Os grevistas fizeram ainda barricadas com lixo pegando fogo na Rua Alvarenga e caminharam até a Avenida Vital Brasil. Passageiros de ônibus que estavam parados no trânsito tiveram de deixar os coletivos em razão do gás e seguir o caminho a pé.
Os manifestantes caminharam pela Avenida Francisco Morato e até as imediações da Estação Butantã do Metrô, onde o protesto acabou, segundo a PM.
O protesto afetou o trânsito. A Zona Oeste de São Paulo concentrava 40%, ou 40 km, dos 101 km de congestionamento da cidade às 8h. Dezessete linhas de ônibus que passam pela Rua Alvarenga foram prejudicadas pelo confronto. Segundo a polícia, ninguém ficou ferido.
Sindicato
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo (Sintusp), Magno de Carvalho, disse que quatro pessoas ficaram feridas, sendo que um funcionário recebeu estilhaços de bomba de gás lacrimogêneo no rosto. "Teve muita polícia, muitas viaturas. Impossível resistir. Mesmo quando o grupo foi para a Vital Brasil, eles continuaram jogando bombas. Na Vital, até a população que não tinha nada a ver teve que se proteger", contou ao G1.
Magno disse ainda que os grevistas devem voltar a se reunir às 10h para decidir os novos rumos do movimento. "Essa repressão vai acirrar ainda mais os ânimos". Os manifestantes protestam contara um protesto de sucateamento da universidade.

Os manifestantes querem 9,68% de aumento, protestam contra o corte do ponto anunciado pela reitoria no começo do mês e contra a possibilidade de transferência do Hospital Universitário para a administração estadual. Na tarde desta quarta-feira, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região realiza uma audiência de conciliação e de instrução envolvendo a universidade e representantes do Sintusp.
Protestos
Desde o dia 4 de agosto, funcionários protestam contra o desconto dos dias parados. Cerca de 300 grevistas fecharam a entrada da reitoria e bloquearam também: o Centro de Práticas Esportivas, ao Departamento de Tecnologia e Informação, à Administração Central e à Prefeitura do Campus. Os restaurantes centrais e as três creches também foram fechados. No dia 5 de agosto, manifestantes acamparam no campus.
A greve de docentes e funcionários começou em 27 de maio e já é a mais longa dos últimos dez anos. As três categorias da USP reivindicam a derrubada do congelamento de salários proposto pelos reitores da USP, da Unesp e da Unicamp, que negociam com os sindicatos por meio do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp). Em 3 de setembro, está prevista uma reunião para mais uma rodada de negociações entre as representantes das universidades e os sindicatos dos trabalhadores.
Nesta segunda-feira, algumas unidades da USP voltaram às aulas, mas outras permaneceram em greve. Foi o caso da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), onde os professores realizaram debates com os estudantes dos cursos para apresentar os motivos da greve e um calendário de aulas públicas e debates durante a semana.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir