Categoria Geral  Noticia Atualizada em 20-08-2014

Ex-médico Roger Abdelmassih chega a São Paulo
Condenado a 278 anos por estupros foi preso na terça no Paraguai. Ele deve seguir para o presídio de Tremembé, no interior do estado
Ex-médico Roger Abdelmassih chega a São Paulo
Foto:g1.globo.com

O ex-médico Roger Abdelmassih desembarcou no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, na tarde desta quarta-feira (20). Condenado em 2010 a 278 anos de prisão por 48 ataques a 37 mulheres entre 1995 e 2008, ele foi preso na terça (19) no Paraguai, por agentes ligados à Secretaria Nacional de Antidrogas do governo paraguaio com apoio da Polícia Federal brasileira.
Abdelmassih chegou a São Paulo escoltado pela Polícia Federal desde Foz do Iguaçu, no Paraná. Ele passa por exame de corpo de delito por peritos do Instituto Médico Legal (IML) no próprio aeroporto e, depois, seguirá para o presídio de Tremembé, no interior do estado.

"Com a vinda dele [Roger] ao estado de São Paulo, agora irei pedir a Justiça para ouvi-lo no inquérito no qual é investigado por suspeita de mais 26 estupros consumados ou não", disse a delegada Celi Paulino Carlota, titular da 1 DDM.

Além disso, o ex-médico é investigado por crimes previstos na Lei 11.105 de 2005 de Biosegurança. "Quatro dessas mulheres, ex-pacientes, relataram problemas. Uma teve um filho com síndrome de Edwards [que causa má-formação no coração, cabeça e pés], outra com síndrome de Down, e duas contaram sobre abortos", afirmou Celi. "Coisas graves como abortos em série e feto que morreu e a mulher viveu meses com ele na barriga sem que o então médico quisesse retirar", conta a delegada.

Esse é o segundo inquérito por estupro que Roger responde na DDM em São Paulo. O primeiro, que apurava também atos libidinosos, resultou na condenação dele na Justiça em 2010 a uma pena de 278 anos de prisão por 48 ataques a 37 mulheres entre 1995 e 2008. Todos os inquéritos estão sob segredo judicial para preservar a identidade das vítimas.
Médico alegava inocência
O ex-médico sempre alegou inocência. Chegou a dizer que só ‘beijava’ o rosto das pacientes e vinha sendo atacado por um "movimento de ressentimentos vingativos". Mas, em geral, as mulheres o acusaram de tentar beijá-las na boca ou acariciá-las quando estavam sozinhas - sem o marido ou a enfermeira presente.
Algumas disseram ter sido molestadas após a sedação. De acordo com a acusação, parte dos 8 mil bebês concebidos na clínica de fertilização também não seriam filhos biológicos de quem fez o tratamento.
Em nota, os advogados Márcio Thomaz Bastos e José Luis Oliveira Lima afirmaram que a defesa "aguarda o julgamento da apelação interposta perante o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo" contra a decisão que o condenou.
A defesa alega que, por isso, a sentença não transitou em julgado. "No tocante a sua prisão, a defesa não irá se manifestar", informaram em nota.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir