Categoria Geral  Noticia Atualizada em 22-08-2014

Interpol emite alerta sobre paradeiro da mulher de Roger
Larissa Sacco e dois filhos n�o apareceram mais ap�s pris�o de ex-m�dico. Difus�o Azul � documento que pede informa��es sobre busca e localiza��o.
Interpol emite alerta sobre paradeiro da mulher de Roger
Foto: g1.globo.com

A Organiza��o Internacional de Pol�cia Criminal (Interpol), no Brasil, emitiu um alerta chamado Difus�o Azul, para busca e localiza��o de Larissa Sacco, mulher o ex-m�dico Roger Abdelmassih. Ele foi preso em uma opera��o da Senad paraguaia em conjunto com a Pol�cia Federal brasileira na ter�a-feira (19) e, desde ent�o, ela e seus dois filhos g�meos n�o foram mais vistos no Paraguai.

"A motiva��o da Difus�o Azul � pela ajuda a um delinquente. Esta � a raz�o do comunicado da Interpol, que veio de Bras�lia nesta quinta-feira [21]. � preciso esclarecer que n�o se trata da Difus�o Vermelha, pois o objetivo n�o � prender Larissa, apenas temos de encontr�-la e informar o paradeiro dela e dos filhos �s autoridades paraguaias e brasileiras", disse Francisco Javier Cristaldo Gomez, comiss�rio da Interpol no Paraguai.

Ele afirmou ao G1 que h� duas possibilidades reais sobre o paradeiro de Larissa. A primeira � a de que ela tenha permanecido no Paraguai, sob guarida de alguma pessoa. A outra � a de que ela tenha passado ou esteja tentando passar pelas fronteiras secas entre Paraguai e Brasil. "Acreditamos em duas hip�teses: a de que ela ainda esteja no interior do pa�s, em cidades como Pedro Juan Caballero, Ponta Por� e at� Cidade del Leste. O objetivo seria passar para o Brasil pelas fronteiras secas. A outra � a de que ela j� possa ter passado para o lado brasileiro".

Cristaldo disse que pediu ajuda � Pol�cia Federal do Brasil para vigiar as fronteiras, �s pol�cias rodovi�rias dos dois pa�ses para monitorar a passagem de um carro com as caracter�sticas da que Larissa e Abdelmassih usavam para transportar as crian�as, um Kia Carnival, j� que a Mercedes Benz do casal ficou na casa, em Assun��o.
"Passamos v�rias informa��es para todas as autoridades que possam estar nos poss�veis caminhos, rotas de sa�da do pa�s. Se a localiza��o dela for certa, n�o a prenderemos, apenas a monitoraremos e passaremos as informa��es sobre o encontro para a Interpol. Repito, isso n�o � um mandado de pris�o. Ela n�o ser� presa", esclareceu Cristaldo.
Pris�o do ex-m�dico
O ex-m�dico foi preso na ter�a-feira (19) em Assun��o. Ele foi expulso e cumpre pena em Trememb�, no interior de S�o Paulo. Abdelmassih tem 70 anos e era considerado um dos principais especialistas em reprodu��o humana no Brasil. Ele foi condenado pela Justi�a a 278 anos de reclus�o pelos crimes de estupro e atentado violento ao pudor contra pacientes.

Fam�lia de Larissa defende Abdelmassih
O pai e a irm� da mulher de Roger Abdelmassih afirmaram que acreditam na inoc�ncia do ex-m�dico. Moradores de Jaboticabal, no interior do estado de S�o Paulo, os parentes da ex-procuradora Larissa Maria Sacco afirmaram haver "mentiras" e "absurdos" nas acusa��es de estupros e abusos que levaram � condena��o de Abdelmassih.

Ao G1, o pai de Larissa, Vicente Sacco, foi enf�tico. "Tem muita mentira", afirmou. Maria C�ndida, irm� mais velha de Larissa, revelou que Larissa n�o permanecer� no Paraguai. "L� ela n�o vai ficar. Nem ela sabe ainda (para onde ir�)", explicou.
De acordo com Maria C�ndida, sua fam�lia est� muito abalada com a pris�o de Roger e os desdobramentos do caso. "N�s estamos muito cansados, h� tempos j�, passando por uma situa��o nada agrad�vel para n�s, de exposi��o da fam�lia, que n�o tinha nada a ver, s� o que fizeram com a gente em fun��o disso", explicou.
A irm� de Larissa disse n�o acreditar nos depoimentos das v�timas do ex-m�dico. A fam�lia tem acompanhado as not�cias, segundo ela, incr�dula. Mas por ora, n�o deseja se posicionar. "N�s temos nossas certezas tamb�m e essas mulheres falando absurdos que a gente escuta, tem coisa que a gente d� risada. N�o queremos falar porque n�o vai adiantar nada. Estamos emocionados, est� dif�cil", disse ela.
Para Maria C�ndida, Roger Abdelmassih n�o cometeu nenhum crime. "N�s acreditamos na inoc�ncia. No n�vel que est�o falando das coisas � um absurdo. Isso � um absurdo. N�s n�o acreditamos em nada disso porque n�s conhecemos a pessoa".
Questionada se a fam�lia pretende visitar Roger na Penitenci�ria Trememb�, no interior de S�o Paulo, Maria C�ndida rebateu: "E por que n�o? Agora � tudo muito recente, n�o vamos tomar atitude nenhuma."
Investiga��o
Nesta quinta (21), o diretor de Imigra��o do Paraguai, Jorge Kronawetter, disse que a suspeita � que ela tenha usado documentos falsos. "Temos uma certeza, que � a de que Roger Abdelmassih nunca entrou no Paraguai com esse nome. N�o h� registro da entrada dele de maneira legal no pa�s. Ainda n�o temos em m�os o documento com o nome que ele usou para entrar e nem como ele entrou no pa�s, mas n�o foi legalmente. Por isso ele foi expulso, pois o governo paraguaio n�o � conivente com a perman�ncia de pessoas ilegalmente aqui, seja ele criminoso ou n�o em seu pa�s de origem", disse Kronawetter.
O diretor de Imigra��o disse que a investiga��o que seguir� a partir de agora ser� integrada entre v�rias institui��es paraguaias. "Caber� ao Minist�rio P�blico apurar a situa��o da mulher e dos filhos dele [Roger]. Como j� temos certeza de que ele entrou ilegalmente, � muito prov�vel que a fam�lia dele tenha feito a mesma coisa, que tenham entrado ilegalmente no Paraguai. Com o nome original ele n�o entrou no pa�s".
A investiga��o vai permitir, por exemplo, saber se Roger Abdelmassih cometeu outros crimes no Paraguai. "N�o temos certeza ainda como Larissa Sacco entrou no pa�s, mas � muito prov�vel que ela tenha usado a mesma estrat�gia do marido. Se eles usaram documento falso, isso tem uma consequ�ncia jur�dica, que � a expuls�o do pa�s. Se eles usaram documentos falsos para abrir ou movimentar contas banc�rias, eles poder�o responder por lavagem de dinheiro. Se a primeira hip�tese se confirmar [uso de documentos falsos], os filhos e a mulher dele seguramente poder�o ser expulsos", disse Kronawetter.

Rede de contatos
Para conseguir viver no anonimato, ostentando luxo e desfrutando de conforto, o brasileiro contava com apoio de uma rede local de prote��o que incluiu pol�ticos, policiais corruptos e at� dirigentes internacionais de futebol, segundo o ministro antidrogas do Paraguai, Luis Alberto Rojas.

Apesar de ter feito o apontamento, a autoridade local n�o quis revelar nomes para n�o atrapalhar as investiga��es, que agora dever�o ser comandadas pelo Minist�rio P�blico do Paraguai e pelo �rg�o respons�vel pela imigra��o do pa�s.

Essa influ�ncia de Abdelmassih fez com que ele pudesse passar tr�s anos no Paraguai sem ser incomodado, principalmente pela pol�cia do pa�s. "Ainda n�o sabemos se esse apoio influente que ele tinha o ajudou a entrar no pa�s, a permanecer no pa�s como estava, a talvez usar documentos falsos. Isso ainda est� sendo investigado, a mulher dele ser� chamada para prestar depoimento sobre os documentos dos filhos, dela e do pr�prio Roger", disse Rojas.

Segundo a investiga��o do governo paraguaio, Abdelmassih levava vida de luxo, tinha bab�s, cozinheira, enfermeira, chofer, seguran�as, frequentava restaurantes caros e exclusivos com a mulher e usava o nome Ricardo.

"A gente achava que ele era um embaixador brasileiro ou um empres�rio milion�rio. Ele se mudou para essa casa h� tr�s anos, foi quando come�ou a ter movimento na casa. Eles trocavam de empregados de dois em dois meses", disse um dos moradores, vizinho de cal�ada.
Rojas tamb�m afirmou que Abdelmassih morava em uma casa luxuosa em um bairro nobre da capital paraguaia, pela qual pagava um aluguel de US$ 2,5 mil. "Para muita gente ele se identificou como empres�rio do ramo de investimento em projetos sociais", disse o ministro parauaio. O ex-m�dico usava o nome Ricardo.

Um dos autom�veis era um Mercedes modelo E 350, em nome de Juan Gabriel Cortaza. A pol�cia informa que o carro foi vendido, mas n�o foi transferido por Abdelmassih. J� para os filhos, havia num Kia Carnival modelo 2012, em nome da empresa Gala Import e Export S/A.
O ex-m�dico era monitorado por uma equipe da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad) e da Pol�cia Federal brasileira h� oito dias. Abdelmassih foi preso quando sa�a de um estabelecimento comercial, no bairro Villa Morr�, em Assun��o, �s 14h30. Ele estava acompanhado da mulher.



Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir