Categoria Geral  Noticia Atualizada em 25-08-2014

Polícia Civil pede que inquérito sobre Luana Barbosa
Atriz e produtora cultural foi morta após ser atingida por tiro em blitz da PM. Prazo terminava nesta segunda-feira (30); delegado aguarda laudos.
Polícia Civil pede que inquérito sobre Luana Barbosa
Foto: g1.globo.com

A Polícia Civil pediu a prorrogação do prazo para a conclusão do inquérito sobre a morte da atriz e produtora cultural Luana Barbosa, atingida por um tiro durante uma blitz policial no dia 27 de junho, na Avenida Joaquim Constantino, em Presidente Prudente. De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Matheus Nagano, o último dia para a entrega da documentação seria nesta segunda-feira (25), porém este período deve ser estendido por conta do aguardo de relatórios periciais.
"Já ouvimos todos os policiais que participaram do bloqueio, mas ainda precisamos dos laudos da arma utilizada na ocorrência e da reconstituição, e ainda não tem uma previsão de estarem conclusos. O inquérito também não tem data definida para ser concluído, mas já está com a Justiça", afirma Nagano.
Ainda conforme ele, após o recebimento destes últimos documentos, o volume será encaminhado para a promotoria. Ela irá definir se o policial responsável pela pistola de onde partiu o tiro será denunciado oficialmente. "Nossas dúvidas em relação às versões foram solucionadas. Não houve nenhuma inconsistência até o momento. Todos preservaram seus depoimentos iniciais. Entretanto, ainda é necessário analisar todos os laudos requisitados", diz o delegado.
A reconstituição do caso ocorreu há cinco dias e foi realizada pela Polícia Científica. Ao todo, foram seis horas de trabalho da perícia. Os trabalhos tiveram início por volta das 9h30, a partir da versão das testemunhas. Em seguida, o namorado de Luana Barbosa, o músico Felipe Barros, reproduziu os fatos acontecidos no dia 27 de junho, segundo sua versão, e chorou durante a ação. Por fim, já por volta das 14h, o policial foi o responsável por apontar como foi a ocorrência, também conforme a própria versão.
O trabalho contou com sete peritos, dois fotógrafos, cinco delegados, representantes do Ministério Público Estadual, advogados e cerca de 20 policiais.
Inquérito
O G1 e a TV Fronteira tiveram acesso aos laudos da Polícia Científica que compõem o inquérito militar. O documento mostra uma marca recente no capacete usado por Barros e, segundo análise, é compatível à coronha de uma arma. Outra foto mostra a pistola de Coelho com a cápsula do projétil presa, o que também condiz com a versão apresentada por ele.


Para quem conviva com Luana, conhecida como Lua, o tiro não foi acidental. A morte dela causou comoção entre familiares, amigos e nos integrantes da FPTAI. Eles organizaram protestos em Presidente Prudente, Curitiba (PR) e São Paulo e, inclusive, mudaram o nome da sede do grupo, localizada na Vila Brasil.
A morte dela chamou a atenção também da Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo e de um órgão ligado aos direitos humanos. Ambos oficiaram pedidos para que o caso fosse também investigado pela Polícia Civil, que só iniciou os trabalhos um mês depois do crime.

Luana nasceu em Rancharia (SP) e vivia há cinco anos em Presidente Prudente, para onde se mudou após concluir a faculdade de teatro na capital paranaense. "Pau para toda obra", como descreveu um amigo logo após sua morte, ela foi uma das fundadoras dOs Mamatchas, um grupo de teatro e circo de rua e ainda se dedicava à edição de vídeo, sendo uma das pessoas por trás de um videodocumentário que mostra a história do bairro onde fica a federação

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir