Categoria Geral  Noticia Atualizada em 26-08-2014

Ativistas"lavam" o TJ-RJ à espera de julgamento de morador
Rafael Braga está preso desde protesto em junho de 2013. Grupo está em vigília no TJ desde a noite de segunda-feira.
Ativistas
Foto:g1.globo.com

Um ano, dois meses e seis dias depois da maior manifestação realizada no Rio em 2013, o morador de rua Rafael Braga Vieira segue como o último caso de detenção em protestos na cidade – com exceção dos dois acusados pela morte do cinegrafista Santiago Andrade. À espera do julgamento de apelação, manifestantes foram para a porta do Tribunal de Justiça do Rio, no Centro.
Um grupo começou uma vigília no local desde as 17h de segunda (25). Por volta das 12h desta terça-feira (26), alguns deles lavaram a calçada em frente ao tribunal, em uma crítica à prisão dele. Segundo a defesa de Rafael, ele estaria com uma água sanitária e outra de álcool na mochila quando foi detido.

Nesta terça-feira (26), o Instituto de Defesa de Direitos Humanos apresentará apelação no Tribunal de Justiça do Rio para que Rafael deixe o Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, onde está desde o dia 20 de junho do ano passado. Com faixas e cartazes, os manifestantes pediam a libertação de Rafael e faziam discursos contra a polícia e o sistema judiciário.
Mãe de Rafael Braga está na porta do tribunal (Foto: Henrique Coelho / G1)
Mãe de Rafael Braga está na porta do tribunal
(Foto: Henrique Coelho / G1)
"Injustiçado" diz mãe
Adriana Oliveira Braga, 44 anos, é mãe de Rafael e outros seis filhos e mora na Vila Cruzeiro, na Penha, Zona Norte do Rio. Tal como o filho, Adriana é catadora de latinhas. Mas os dois já não moram juntos.
"Ele cata latinha aqui no centro, e eu faço isso perto de onde eu moro", explicou ela.
Adriana disse também que visitou o filho pela última vez em Gericinó em maio deste ano. Ela está confiante que a apelação dê resultado: "Espero que ele seja solto. Ele disse para mim. Ele disse que está sendo injustiçado, e eu acredito no meu filho", disse ela, que acompanhará da porta do Tribunal de Justiça o resultado do julgamento. " Estava mal na última vez que o vi. Se ele sair, vou receber ele com um abraço", disse ela, com um sorriso ao lembrar do filho.

Reincidente
A defesa deve questionar ainda a pena de cinco anos de prisão oferecida ao morador de rua. O juiz responsável pelo caso decidiu pela pena de cinco anos de prisão. O porte de artefato explosivo prevê pena de 3 a 6 anos e multa.
"O Rafael é reincidente, tem duas condenações por roubo e que já foram cumpridas integralmente. A pena por porte de artefato explosivo ou incendiário é de 3 a 6 anos e multa. Na sentença condenatória, o juiz reconhece que não é coquetel molotov, mas decide condenar Rafael a uma pena de 5 anos pela quantidade de álcool que havia na garrafa quando ele foi preso durante a manifestação do dia 20 de junho. O Rafael não ofereceu nenhum tipo de resistência, cooperou o tempo todo, sempre teve bom comportamento. A pena poderia ter sido reduzida, e é isso que pedimos, no mínimo", finalizou a advogada.
Em setembro de 2013, a Defensoria Pública Geral do Estado apresentou um pedido de revogação da prisão preventiva de Rafael. O pedido foi negado no dia 27 de setembro pelo juiz da 32ª Vara Criminal do Rio.


Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir