Categoria Geral  Noticia Atualizada em 26-08-2014

Mãe presa suspeita de vender bebê falou com conselheiro
Por mensagem, a jovem disse que não tinha condições de cuidar da criança. Também detido, comprador ia registrar menino como filho biológico, diz polícia.
Mãe presa suspeita de vender bebê falou com conselheiro
Foto: g1.globo.com

A jovem de 24 anos presa no domingo (24) suspeita de vender o filho recém-nascido a um empresário de 43 anos pediu orientações a um conselheiro tutelar de Nerópolis, onde mora, dois meses antes do parto, sobre como doar a criança. Em uma conversa pelo aplicativo de celular WhatsApp, a mulher, que já tem outros três filhos, conta que não tem condições financeiras de cuidar de outro bebê e que uma família estava interessada em criar o menino.
"Eu não tenho condições de ficar com ele, o pai sumiu. E esse pessoal minha mãe já conhece tem tempo, eles são da cidade natal dela, do Tocantins", diz a mãe durante a conversa. Em seguida, o conselheiro a alerta sobre a atitude: "Mas você sabe que eles não podem nem registrar essa criança". De acordo com a equipe do Conselho Tutelar de Nerópolis, eles não imaginavam que a mãe fosse vender o filho.

Suspeito de comprar a criança, o empresário Airton Angotti, que é de Alvorada (TO), também foi detido no domingo e encaminhado ao 1º Distrito Policial de Aparecida de Goiânia, onde o caso foi registrado. Ele continua preso porque foi atuado em flagrante por tentar registrar a criança como sendo dele. Segundo o delegado Tiago Martimiano, esse crime é inafiançável e o empresário está à disposição do Poder Judiciário. Ele também responderá por ameaça.
A mãe do bebê foi libertada após pagar fiança de R$ 2.127. Já a criança foi encaminhada para ao Conselho Tutelar de Nerópolis.
Negociação
De acordo com a Polícia Civil, Airton Angotti pagou, pelo menos, R$ 5 mil pelo recém-nascido, valor comprovado por meio de depósitos bancários. "[O empresário pagou] não só o pré-natal, mas também ofertas generosas de dinheiro pra a jovem com o fim de, no final da gestação essa criança ser entregue à ele", disse o delegado.
Em depoimento à polícia, a jovem contou que tentou desistir da venda, mas o empresário a ameaçou. Apesar da declaração da filha, a mãe da garota, que não quis se identificar, negou a venda do neto. "Quem foi que pegou esse dinheiro? Onde está esse dinheiro? A venda vai ter que ser esclarecida", alega.
Polícia possui vários comprovantes dos depósitos feitos pelo empresário na conta da jovem em Goiás (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
Comprovantes bancários confirmam venda, diz
polícia (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
O empresário confirmou à polícia que ia ficar com o recém-nascido, mas negou que fosse comprá-lo. "Minha esposa não engravida. A tia dessa moça, dizendo que ela estava grávida e já tinha uma criancinha de colo, disse que ela ia abortar. Eu disse aborta não que eu cuido", disse Airton.
Investigação
A criança nasceu no último dia 22, em um hospital de Aparecida de Goiânia. A jovem e o empresário foram detidos quando deixavam a unidade de saúde.
O caso só foi descoberto por causa de uma denúncia anônima na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que acionou o Conselho Tutelar de Nerópolis, na Região Metropolitana de Goiânia. O órgão acompanhou a gestação e, em parceria com o Ministério Público Estadual e a Polícia Militar, montou o flagrante no domingo.
O delegado explicou que um vizinho da garota aliciou a criança: "Ele disse ao empresário que a jovem tinha uma gestação indesejada. Como o empresário e a esposa não conseguiam ter filhos, ele, através do aliciador e da mãe da jovem, negociou o bebê".
A investigação do caso será transferida para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. O delegado informou que a mãe da jovem e o aliciador também devem ser investigados.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir