Categoria Geral  Noticia Atualizada em 27-08-2014

Estado pede laudo para garota de 146 kg e 12 anos ir a aula
Problema ocorre em escola no distrito de Tupi, na zona rural de Piracicaba. Diretor sugeriu que a aluna, chamada de "gorda", fosse retirada da unidade.
Estado pede laudo para garota de 146 kg e 12 anos ir a aula
Foto: g1.globo.com

A m�e de uma garota de 12 anos que pesa 146 quilos e frequenta a Escola Estadual Pedro de Mello, no distrito de Tupi, na zona rural de Piracicaba (SP), reclama do tratamento dado � estudante em raz�o da obesidade. Segundo a genitora, a dire��o sugeriu que a menina fosse retirada do estabelecimento de ensino. "Eu me senti ofendida. Minha filha � obesa e hipertensa, mas faz o controle com medicamentos. Isso n�o justifica um pedido desses", disse a vendedora Cl�udia de Almeida Martins Rodrigues, de 42 anos. A Secretaria Estadual da Educa��o exigiu um laudo m�dico sobre as condi��es de sa�de da jovem, que tamb�m � v�tima de bullying praticado por alunos, de acordo com a m�e.
Cl�udia relatou que foi obrigada a assinar, no �ltimo dia 8, um termo de responsabilidade de pr�prio punho para que a filha pudesse frequentar as aulas de educa��o f�sica. No dia 12, recebeu um comunicado da escola para que providenciasse um documento m�dico com autoriza��o para as atividades esportivas, j� que a menina apresentava "comportamento ofegante, chamando a aten��o por ser fora do normal".
Dias depois a m�e levou � escola um laudo assinado por um profissional da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde a garota � acompanhada mensalmente. No laudo, o m�dico escreveu que a "paciente n�o apresenta contraindica��o para atividades escolares, mas tem limita��es tempor�rias para atividades f�sicas at� o controle da press�o arterial".

Foco no bem-estar
Em nota da assessoria de imprensa, a Secretaria da Educa��o informou que as a��es da dire��o tiveram como foco o bem-estar da estudante. "Como a aluna apresentava dificuldades no desenvolvimento de atividades f�sicas, a escola indicou que a m�e a encaminhasse para avalia��o m�dica a fim de verificar as suas condi��es de sa�de. A escola acatou a orienta��o m�dica, a adolescente n�o frequenta mais as aulas de educa��o f�sica e a equipe gestora continua a acompanhar a estudante e sua fam�lia."
Em entrevista ao G1, a m�e da jovem obesa afirmou que a garota � alvo constante de ofensas em raz�o do volume de gordura corporal, fato que estaria prejudicando o tratamento. "Os outros alunos a chamam de "gorda", "baleia" e dizem que ela n�o "vai passar na porta do �nibus", mas o que mais me incomoda � o fato de o pr�prio diretor da institui��o me orientar a retir�-la da escola. Sei que ela chama aten��o por ser grande, mas minha filha n�o � nenhum "monstro". � uma crian�a como qualquer outra", relatou a m�e.

De acordo com a vendedora, o diretor da escola a orientou a retirar a garota da escola quando ela foi levar o laudo m�dico. "Antes tinha me reunido com o diretor e pedi para ele conversar com os alunos e fazer uma campanha de conscientiza��o na escola para falar que existem pessoas magras, gordas, negras e brancas. No entanto, dias depois ela foi novamente ofendida", disse Cl�udia.
A pr�tica de bullying se agravou no in�cio deste m�s, de acordo com a m�e. A irm� da adolescente obesa, que frequenta a mesma escola, chegou a ser suspensa por um dia ap�s estapear um garoto que acabara de cham�-la de "gorda". "Foi a segunda vez que o menino ofendeu a minha irm�, por isso n�o aguentei. Sei que n�o � o correto bater e nunca tinha feito isso, mas tamb�m n�o � justo ofend�-la daquela maneira", relatou a irm�, que tem 13 anos.
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Sobre o bullying, a Secretaria da Educa��o informou que a escola mant�m, n�o apenas para este caso, a��es de combate desenvolvidas com todos os alunos e orienta��es sobre respeito m�tuo entre colegas. A pasta informou ainda que est� prevista uma reuni�o com a m�e da estudante.
Problema de sa�de
Cl�udia contou que a filha toma corticoides desde os 4 anos porque sofre com bronquite. Ela relatou ainda que a menina sempre fez acompanhamento m�dico por causa do peso e que a estudante est� na fila para fazer cirurgia bari�trica, por�m o procedimento ser� autorizado apenas quando ela completar 16 anos. "Sou de fam�lia humilde e n�o tenho condi��es de pagar um tratamento caro para minha filha. Mensalmente fa�o o acompanhamento na Unicamp, mas nos 10 meses ela engordou 23 quilos. Tento segurar a alimenta��o e fazer tudo direitinho, mas n�o tem resultado", afirmou.
De acordo com a vendedora, a garota fez in�meros exames para descobrir as causas da obesidade, mas at� o momento n�o houve justificativa. "Sempre corri atr�s e pelos meus filhos fa�o tudo, mas n�o sei mais a quem recorrer. O tratamento m�dico n�o est� resolvendo e agora tem a quest�o do bullying na escola para atrapalhar mais ainda", desabafou.



Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir