Categoria Geral  Noticia Atualizada em 11-09-2014

Polícia conclui inquéritos e aponta Cadu como autor
Assassino confesso de Glauco, jovem está preso no Núcleo de Custódia. Ele foi indiciado por tentativa de latrocínio, latrocínio e receptação
Polícia conclui inquéritos e aponta Cadu como autor
Foto: g1.globo.com

A Polícia Civil de Goiás concluiu e encaminhou à Justiça, na quarta-feira (10), dois inquéritos policiais contra Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 29 anos, assassino confesso do cartunista Glauco Vilas Boas e do filho dele, Raoni Vilas Boas. Ele foi indiciado pelo latrocínio (roubo seguido de morte) de um estudante, tentativa de latrocínio contra um agente prisional, receptação e porte ilegal de arma de fogo.
Detido há dez dias, Cadu continua preso no Núcleo de Custódia o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana. O advogado do suspeito, Sérgio Divino Carvalho Filho, disse ao G1 que vai aguardar "o estado se pronunciar em relação aos novos fatos e à medida de segurança que Cadu cumpria" para tomar as medidas cabíveis.
Já o delegado responsável por apurar os casos, Thiago Damasceno, da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), não atendeu às ligações até a publicação desta reportagem para explicar o que sustenta nos inquéritos. Entretanto, antes da conclusão da investigação, ele disse ao G1 que Cadu "parece mais ser dissimulado do que deficiente mental" e que ele não tinha condições de viver em sociedade.

Cadu é suspeito de balear o agente penitenciário Marcos Vinícius Lemes da Abadia, de 45 anos, durante um assalto, em Goiânia, no dia 28 de agosto. O servidor continua internado, até a manhã desta quinta-feira (11), em estado grave no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).
O assassino confesso de Glauco também foi indiciado por roubar o carro do estudante de direito Mateus Pinheiro de Morais, de 21 anos, e executá-lo, no dia 31 do mês passado, no Setor Bueno, na capital.
Investigação
Na semana passada, a polícia divulgou o resultado do exame microbalístico da bala extraída do corpo de Mateus. Conforme o laudo, o projétil que matou o estudante de direito saiu da arma apreendida com Cadu. O suspeito também estava no carro da vítima quando foi apreendido, no dia 1º deste mês, após uma perseguição policial.
O delegado Thiago Damasceno já havia informado ao G1 que Cadu foi reconhecido por pessoas que estavam nos locais dos crimes. Além do depoimento de testemunhas, a análise de imagens de câmeras de segurança apontava a participação de Cadu nos roubos.
No caso de Mateus, imagens mostram o suspeito caminhando pela rua onde ocorreu o crime com um comparsa e fugindo no veículo. Dono do autómovel, o estudante foi baleado ao deixar a namorada em casa. Imagens registraram quando ele, já ferido, entrou no prédio para pedir ajuda (veja vídeo abaixo).

O momento em que o agente penitenciário foi baleado também foi registrado por circuitos de segurança. No vídeo, é possível ver quando a vítima reage ao assalto e luta com o criminoso, que atira na cabeça do servidor e foge com a ajuda de um comparsa.
Prisão
Carlos Eduardo estava em liberdade desde agosto de 2013, mas voltou a ser preso na segunda-feira (1º) após uma perseguição policial, quando estava no automóvel roubado de Mateus. No momento em que foi abordado pela polícia, conforme o delegado Thiago Damasceno, Cadu reagiu à e começou a atirar contra os policiais. Ele, inclusive, pulou do carro em movimento, de acordo com Damasceno. Ninguém ficou ferido na troca de tiros.
Cadu tentou fugir, mas foi rendido por policiais militares que passavam pelo local. Detido na Delegacia Estadual de Investigações Criminais, o jovem foi transferido no último dia 4 para o Núcleo de Custódia após a Justiça decretar a prisão preventiva dele.
Esquizofrenia
Mesmo após cometer o duplo homicídio contra o cartunista Glauco e o filho dele, em 2010, Cadu estava em liberdade porque possui esquizofrenia e a Justiça o considerou inimputável, ou seja, incapaz de perceber a gravidade de seus atos. A doença mental não tem cura, mas tem controle, desde que seja tratada.
Incluído no Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator (Paili), Cadu estava em liberdade desde agosto de 2013 e era acompanhado mensalmente pela Justiça de Goiás, já que a família dele mora em Goiânia.
A juíza Telma Aparecida Alves, que determinou que Cadu não precisava mais fica internado, disse que ele não aparentava ter algum tipo de problema mental. "Era doce, amável com as pessoas. Entrava nas residências de algumas pessoas quando ele fazia prestação de serviço, limpando piscinas", disse.
Questionada se errou ao liberar Cadu, a magistrada afirmou que tomou a decisão "correta e mais adequada possível". Disse que é mãe e que também entende a dor da família de Mateus. Telma revelou que, a partir deste episódio, vai agir de outra forma.
"Eu vou ficar um pouco mais atenta, como ficaria qualquer pessoa que tiver sua casa roubada vai ficar mais atendo em fechar mais a janela, cuidar mais da porta. Vou fazer isso nos processos: olhar se está tudo certo mesmo, se a pessoa tem um amparo familiar capaz de auxiliá-lo. Com certeza, vou ser um pouquinho mais precavida", salienta.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir