Categoria Geral  Noticia Atualizada em 22-09-2014

Argentina intima banco de Nova York a devolver depósito
US$ 539 milhões depositados pela Argentina a credores estão bloqueados. Anúncio do governo de Cristina Kirchner foi publicado em jornais.
Argentina intima banco de Nova York a devolver depósito
Foto: g1.globo.com

O governo da Argentina intimou nesta segunda-feira (22) o Bank of New York (BoNY) a devolver os US$ 539 milhões depositados para pagar os títulos da sua dívida e que permanecem bloqueados por ordem da justiça dos Estados Unidos, devido a um litígio que o país mantém com os fundos especulativos.
"A República Argentina intimou o BoNY Mellon a transferir e entregar todos os bens e fundos que atualmente estão sob seu controle", afirmou o governo em um aviso publicado nos jornais nesta segunda-feira.

O anúncio foi realizado na véspera do discurso da presidente Cristina Kirchner na Assembleia Geral das Nações Unidas, em que denunciará os fundos especulativos como desestabilizadores do sistema financeiro internacional.
A presidente diz ter recebido o apoio do papa Francisco, crítico severo da usura financeira, depois de um encontro no último sábado no Vaticano.
A intimação ao BoNY inclui um pedido para que a instituição renuncie à sua condição de agente fiduciário, que paga a dívida argentina nos Estados Unidos. O banco, contudo, já sinalizou que deve continuar obedecendo a ordem judicial norte-americana que determina o congelamento do dinheiro depositado pelo governo argentino.
"Calote involuntário"
O juiz nova-iorquino Thomas Griesa congelou os US$ 539 milhões depositados pela Argentina a credores que aceitaram renegociar a dívida. A decisão levou o país de Cristina Kirchner a entrar em "default seletivo" desde o dia 30 de julho. A resolução foi tomada em represália por a Argentina não acatar sua ordem de pagar os 100% da dívida de US$ 1,33 bilhão a fundos que não aceitaram a renegociação - chamados pela presidente argentina de de "abutres" (entenda a crise argentina e o impasse para o pagamento da dívida no quadro ao lado).
A Argentina argumenta que 93% de seus credores aceitaram uma reestruturação de dívida em 2005 e 2010, com reembolsos entre 45% e 70%, e que a oferta também deve ser aceita pelos fundos "abutres".
O Congresso argentino aprovou uma lei que autoriza ao governo a mudar de Nova York a Buenos Aires a sede de pagamento para manter a regularidade dos pagamentos.
Kirchner se reúne nesta segunda-feira (22) em Nova York com o multimilionário George Soros, que apresentará um plano para sair do "default seletivo". Soros é um dos credores com o pagamento congelado pelo bloqueio judicial nova-iorquino.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir