Categoria Geral  Noticia Atualizada em 29-09-2014

Defensoria quer bloqueio de bens de esposa de advogado preso
Recurso de a��o cautelar ser� apresentada � Justi�a nesta semana. Escrit�rio, como pessoa jur�dica, tamb�m dever� entrar na solicita��o.
Defensoria quer bloqueio de bens de esposa de advogado preso
Foto: www.maratimba.com

Diante de novas suspeitas acerca do envolvimento da esposa de Maur�cio Dal Agnol, M�rcia F�tima, e de amigos e familiares que teriam recebido dinheiro e bens do advogado, que supostamente tenta escapar do bloqueio de patrim�nio determinado pela Justi�a, a Defensoria P�blica prepara recurso para estender a decis�o a todas as pessoas pr�ximas a Dal Agnol. A a��o cautelar movida pelo �rg�o tamb�m solicita a indisponibilidade do escrit�rio como pessoa jur�dica.

"Vamos apresentar um agravo de instrumento para estender os efeitos da decis�o do juiz a esposa e ao escrit�rio dele como pessoa jur�dica. Caso a gente consiga identificar alguma rela��o de amigos pr�ximos e familiares, que por ventura possam ter adquirido bens dele, tamb�m iremos representar contra eles", explica o Felipe Kirchner, subdefensor p�blico geral para assuntos jur�dicos. "Queremos o bloqueio de todos os bens do Dal Agnol para garantir um futuro ressarcimento aos clientes lesados no golpe", acrescenta.

No domingo (28), reportagem do Fant�stico divulgou que Maur�cio Dal Agnol � propriet�rio de 950 im�veis, conforme foi apurado nas investiga��es da Pol�cia Federal. Um deles, em Nova York, custou cerca de R$ 14 milh�es. Al�m disso, comprou um jato particular de mais R$ 20 milh�es, um haras em Passo Fundo, na Regi�o Norte do Rio Grande do Sul, para a cria��o de cavalos importados da Holanda e possu�a uma pata de elefante que custou R$ 70 mil, segundo a pol�cia.

O advogado de Dal Agnol, Eduardo Sanz, nega todas as acusa��es ao seu cliente e diz nenhuma prova � verdadeira. "Todo patrim�nio dele � declarado", abrevia. Sanz ainda afirmou que o processo que tramita na Justi�a n�o � leg�timo, j� que, segundo ele, tr�s ju�zes que conduzem as investiga��es s�o, foram ou tem parentes que foram clientes do advogado. "Eles deveriam se declarar impedidos de atuar", argumenta.

Maur�cio Dal Agnol pode ter lucrado cerca de R$ 100 milh�es com o dinheiro de clientes lesados. Ele � acusado de fazer acordos em nome de clientes que venciam processos judiciais contra uma empresa de telefonia, mas n�o repassar a eles � ou repassar apenas uma parte � do dinheiro recebido.

Na ter�a-feira (23), a Justi�a bloqueou todos os bens e o dinheiro das contas banc�rias do advogado, que segue preso em Passo Fundo. Segundo a Pol�cia, Dal Agnol teria sacado cerca de R$ 99 milh�es de contas banc�rias e outros investimentos nos �ltimos tr�s meses.

Como funcionava o golpe
Para entender a fraude, � preciso voltar no tempo. Ter uma linha telef�nica nos anos 1980 e 1990 era caro e raro em todo o pa�s. No Rio Grande do Sul, a extinta Companhia Riograndense de Telecomunica��es (CRT) era a empresa do governo ga�cho que vendia as linhas. Ao comprar o telefone, a pessoa � al�m de adquirir a linha � virava acionista da empresa. Ou seja, se tornava s�cio, dono de um lote de a��es.

Em 1996, a CRT foi privatizada, vendida para uma empresa particular de telefonia. Ent�o, o pre�o das a��es dispararam. Os donos de linhas telef�nicas da antiga CRT n�o receberam nada e entraram na Justi�a para exigir indeniza��o, j� que eram acionistas. E foi justamente nessa �poca que o advogado Maur�cio Dal Agnol come�ou a agir.

De acordo com a Pol�cia Federal, ele ia atr�s dos clientes e entrava com os pedidos de indeniza��o. Mas quando pegava o dinheiro, n�o repassava o valor combinado. A maior parte ia para o pr�prio bolso.
Opera��o Carmelina

Segundo a Pol�cia Federal, um grupo de advogados e contadores, comandados por Dal Agnol, procurava os clientes com a proposta de entrar com a��es na Justi�a contra empresas de telefonia fixa. Os clientes ganhavam a causa, mas os advogados repassavam a eles uma quantia muito menor da que havia sido estipulada na a��o. O esquema fez o advogado enriquecer rapidamente, diz a PF.

Ao cumprir mandados de busca na cidade do Norte do Rio Grande do Sul, a Pol�cia Federal encontrou um total de R$ 1,5 milh�o em um dos endere�os do suspeito. Al�m da quantia, animais selvagens empalhados e muni��o foram achados em um fundo falso de uma parede. A PF apreendeu tamb�m um avi�o avaliado em cerca de US$ 8,5 milh�es e bloqueou dinheiro em contas banc�rias e im�veis.

A Opera��o Carmelina foi desencadeada em Passo Fundo e em Bento Gon�alves, na Serra.
Foram cumpridos oito mandados de busca e apreens�o em escrit�rios de advocacia e de contabilidade e em uma resid�ncia. A opera��o foi batizada de Carmelina porque este era o nome de uma mulher que teve cerca de R$ 100 mil desviados no golpe. Segundo a PF, ela morreu de c�ncer, e poderia ter custeado um tratamento eficaz com o dinheiro.



Fonte: Reda��o Maratimba.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir