Categoria Geral  Noticia Atualizada em 30-09-2014

Polícia do RS indicia Patrícia Moreira e outros 3
Inquérito será remetido à Justiça ainda nesta terça-feira (30). Caso ocorreu em 28 de agosto, em partida entre Grêmio e Santos.
Polícia do RS indicia Patrícia Moreira e outros 3
Foto: g1.globo.com

A Polícia Civil indiciou quatro torcedores do Grêmio por injúria racial no inquérito sobre insultos ao goleiro Aranha durante partida contra o Santos, pela Copa do Brasil, no dia 28 de agosto. Na ocasião, eles foram flagrados ao gritar ofensas de cunho racista ao jogador da defesa adversária. Os documentos serão remetidos à Justiça nesta terça-feira (30).

Conforme o delegado regional de Porto Alegre, Cleber Ferreira, sete pessoas foram identificadas cometendo supostas injúrias contra o goleiro do Santos, porém, quatro foram indiciados. Entre eles está Patrícia Moreira, a jovem que foi flagrada por câmeras de TV gritando a palavra "macaco".

Além de Patrícia, estão nos documentos os nomes de Éder Braga, que é negro, Rodrigo Rychter e Fernando Ascal. Outros dois torcedores também aparecem durante as gravações, mas a perícia ainda não comprovou que eles praticaram algum ato criminoso.
Fernando Ascal ainda foi indiciado por furtar o boné de um segurança da Arena.

O advogado de defesa de Patrícia, Alexandre Rossato, afirmou que a decisão já era esperada. "Vamos trabalhar e esperar judicializar o processo para preparar a defesa dela", afirmou. O G1 tentou contato com a jovem, mas não obteve retorno.

Com o inquérito concluído, ele é encaminhado à Justiça, que o remete ao Ministério Público. Caso o MP denuncie os indiciados, eles serão julgados pela Justiça.

"Inicialmente a equipe da delegacia buscou imagens de vídeo e localizou as residências. E chamou eles. Só um deles, o Rodrigo Rychter, nega que proferiu as palavras", disse o delegado Cleber Ferreira.

Os torcedores foram identificados através de análise das imagens das câmeras de segurança do estádio e depoimentos. De acordo com a polícia, foram observadas mais de três horas de gravação. Fonoaudiólogas participaram para fazer a leitura labial e corporal dos gremistas.

"Além da palavra macaco, um dos torcedores falou a palavra "preto". Outros imitavam um macaco, outros tocavam na pele indicando a cor", afirmou a fonoaudióloga Débora Saltiel.

Ainda segundo o delegado Cleber Ferreira, as investigações vão continuar para tentar identificar os outros nomes. A pena para injúria racial é de um a três anos de reclusão, mas delegado afirma que a Justiça pode decidir, por exemplo, que os torcedores tenham de se apresentar em delegacias em horários de jogos.

Entenda o caso
O incidente no jogo entre Grêmio e Santos, no dia 28 de agosto, na Arena do Grêmio, ocorreu aos 42 minutos do segundo tempo, quando Aranha reclamou com o árbitro Wilton Pereira Sampaio, alegando ter sido vítima de xingamentos por parte da torcida. O juiz mandou a partida seguir, mesmo sendo alertado por jogadores do Santos dos incidentes que ocorriam fora de campo. A partida terminou em 2 a 0 para o time paulista.

A jovem mostrada pelas imagens do canal ESPN foi afastada do trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar. Patrícia Moreira era funcionária de uma empresa terceirizada e prestava serviços de auxiliar de odontologia na clínica da polícia militar gaúcha. As imagens da torcedora ofendendo o goleiro santista começaram a circular pelas redes sociais logo após a partida. Aranha registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia na sexta (29).

Devido ao fato, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva confirmou na última sexta-feira (26) a eliminação do Grêmio da Copa do Brasill. O clube havia entrado com recurso. A equipe perdeu três pontos e, por isso, o time não tem possibilidade de classificação numa suposta segunda partida contra o Santos, na Vila Belmiro.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir