Categoria Geral  Noticia Atualizada em 30-09-2014

Argentina deposita pagamento de dívida
País depositou pagamento a credores que aceitaram a renegociação. Bloqueio de primeira parcela pelos EUA gerou "calote involuntário".
Argentina deposita pagamento de dívida
Foto: g1.globo.com

A Argentina depositou nesta terça-feira (30) em Buenos Aires US$ 161 milhões para o pagamento de um novo vencimento de dívida, informou o Ministério da Economia, apesar da decisão de um juiz de Nova York que considerou na segunda-feira (30) que esta medida é ilegal e declarou o país em "desacato".

O depósito foi realizado no Banco La Nación para cumprir com um vencimento de bônus reestruturados em trocas de dívida de 2005 e 2010, apesar da decisão do juiz de Nova York Thomas Griesa, que classificou esta estratégia de ilegal por descumprir sua decisão.

O pagamento foi feito aos credores que aceitaram renegociação, referente à dívida reestruturada em 2005 e 2010. Esses credores aceitaram reembolsos de até 70% do valor nominal devido pelo governo argentino, de forma parcelada.

A primeira parte do pagamento foi depositada pela Argentina em banco dos Estados Unidos em 30 de junho. No entanto, o dinheiro foi bloqueado pela Justiça dos EUA e o país de Cristina Kirchner entrou em situação de "calote involuntário" (entenda no quadro acima).

Uma lei foi aprovada neste mês pela Argentina a fim de mudar a sede de pagamento da dívida para Buenos Aires, mas a medida precisaria ser aceita pelos credores.

O primeiro depósito está bloqueado por decisão do juiz norte-americano Thomas Griesa. Cerca de 10% dos credores que não aceitaram renegociar venderam a dívida em forma de títulos a fundos especulativos, que pediram na Justiça dos EUA para obter o pagamento de 100% do valor. Esses "fundos abutres", como são apontados pela Argentina, conseguiram uma decisão favorável ao recebimento do valor integral. Com a rejeição argentina em cumprir a sentença, Griesa bloqueou o dinheiro enviado pelo governo de Cristina Kirchner a banco de Nova York destinado aos 90% dos credores da dívida reestruturada. O país, então, entrou em "calote involuntário".

O juiz Griesa determinou que a Argentina não pode realizar pagamentos aos credores que aceitaram a renegociação enquanto não pagar os fundos especulativos. Se a Argentina fizer o pagamento de US$ 1,33 bilhão aos "fundos especulativos" como determinado por Griesa, por contrato teria que igualar a oferta aos demais credores.

Financeiramente, esta decisão seria impossível de ser cumprida pelo país, abalado pela falta de dólares no mercado.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir