Categoria Geral  Noticia Atualizada em 30-09-2014

Oito cidades do ES ainda têm lixão
Conhecimento técnico e alto custo são principais justificativas. Prazo para adequação a Política Nacional de Resíduos Sólidos acabou.
Oito cidades do ES ainda têm lixão
Foto: g1.globo.com

Carência de conhecimento técnico e altos custos para adequação são as principais justificativas dos municípios, que têm que se adequar até dezembro deste ano. Aquele que não conseguir pode ter suspensa a captação de recursos federais.

De acordo com o MPES, 56 municípios já conseguem enviar o lixo doméstico para aterros sanitários, que são áreas devidamente licenciadas, legalizadas e preparadas para receber resíduos sólidos com um menor impacto ambiental. "Mas, além da coleta, transporte e destinação adequada, deve haver incentivo ao tratamento de resíduos, como a reciclagem. Só deve ir para o aterro sanitário o material para o qual já foram esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação", explica a promotora Isabela Cordeiro.

São ações como as citadas por ela que formam os Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, que deveriam ter sido apresentados no ano passado, diz o presidente da Associação dos Municípios (Amunes), Dalton Perim. "A exemplo do que acontece em todo o Brasil, os municípios sentiram no orçamento o peso da nova política", afirma.

Só para se ter uma ideia, Cariacica, Vila Velha, Serra e Vitória pagam juntos pela coleta, transporte e destinação final adequada do lixo doméstico, em torno de R$ 8,176 milhões por mês, para um total de 45.289 toneladas. São mais de R$ 98 milhões por ano, de acordo com as prefeituras.

O que justifica os altos custos, segundo Perim, é que só há cinco aterros sanitários no Estado e eles são privados. Em contrapartida, somente na Grande Vitória, onde não há mais lixões, são produzidas 543.468 toneladas de lixo doméstico por ano, segundo as prefeituras. Já no interior, Apiacá, Divino São Lourenço, Irupi, Itapemirim, Iúna, Marataízes, São Mateus e Vila Pavão ainda usam lixões.

Carência
Outra dificuldade é a carência de profissionais técnicos qualificados para elaborar o plano de gerenciamento, como engenheiros civis e ambientais. Apesar disso, Guarapari, Piúma, Anchieta e Viana conseguiram concluir o plano.

Conforme prevê um Termo de Compromisso Ambiental firmado em 2012 entre o MPES e a Amunes o novo prazo para a entrega dos planos municipais se encerra em dezembro. Os que não conseguirem, ficarão inabilitados para captar recursos nas áreas de esgotamento sanitário, abastecimento de água, entre outros.

Coleta seletiva faz parte da rotina de 52 famílias em condomínio

Se para alguns ainda é difícil separar lixo seco e molhado para participar da coleta seletiva que já acontece em vários pontos da Grande Vitória, e é uma das principais exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos, para outros como Manoel Messias, contribuir para um mundo mais limpo já é rotina.

E isso não é privilégio do Seu Manoel, como é conhecido carinhosamente pelos amigos. Para as 52 famílias que residem no Condomínio Vista Mar, no bairro Barro Vermelho, Vitória, do qual ele é encarregado, a coleta seletiva já faz parte do dia a dia. Até crianças separam o lixo seco do molhado. "Aqui todo mundo participa mesmo. Nas caixas coletoras o recolhimento é feito pelo menos duas vezes por semana. Contribuímos para a reciclagem do lixo porque queremos preservar a natureza. E isso só é possível se o lixo for para o lugar certo", conclui, animado.

Para o secretário de Serviços de Vitória, Fernando Rocha, esse apoio da população é importante. "Com a coleta seletiva, é possível transformar o lixo em receita para melhorar a qualidade de vida de todos nós, por isso o apoio é fundamental", afirma.

Para o presidente do Sindicato Patronal dos Condomínios (Sipces), Cyro Bach Monteiro, os municípios ainda precisam estabelecer regras, como dias de coleta para lixo seco e molhado, por exemplo. "Hoje, as pessoas estão muito preocupadas com o cuidado com o meio ambiente, diante das consequências da má administração do lixo durante anos", ressalta.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir