Categoria Geral  Noticia Atualizada em 04-10-2014

Escola faz simulação de eleições com personagens infantis
Alunos de Santos fizeram "título de eleitor" e votaram no candidato preferido. Ação visa formar futuros eleitores que votem conscientemente.
Escola faz simulação de eleições com personagens infantis
Foto: g1.globo.com

Personagens de histórias infantis se transformaram em políticos durante uma simulação de eleições para crianças em uma escola particular de Santos, no litoral de São Paulo. Durante um mês, os alunos ouviram as propostas dos candidatos, aprenderam sobre o sistema eleitoral brasileiro e de outros países e, nesta sexta-feira (3), colocaram em prática o dever do voto consciente.

Alunos de 3 a 21 anos participaram da simulação em várias unidades da escola. Os adolescentes do Ensino Fundamental 2 puderam votar para governador e presidente. Para as crianças da Educação Infantil até o Fundamental 1, com idades entre entre 2 e 10 anos, as eleições foram realizadas de forma lúdica. "Não queríamos usar os políticos verdadeiros, para que as crianças não fossem influenciadas pelos pais, o que seria natural", explica a diretora pedagógica do Objetivo na Baixada Santista, Claudia Cafarella.

As professoras criaram as propostas dos personagens infantis. Cada um defendeu um tema, como meio ambiente, agricultura, economia e alimentação. "Eles iam fazendo um comparativo com os políticos atuais", revela. Havia também os cabos eleitorais, alunos da classe que defendiam as propostas de determinado candidato. Entre uma aula e outra, a diretora percebia que as crianças comentavam sobre a votação e tentavam até influenciar os amigos.

No dia da eleição, as crianças levaram o "título de eleitor", também produzido durante o projeto, e se dirigiram a uma sala multimídia para a votação. Os computadores se transformaram em urnas eletrônicas. As crianças entravam, uma de cada vez, digitavam no computador o número do candidato, verificavam a foto e confirmavam o voto.

Gabriel Vieira Gallotte, de 9 anos, foi um dos primeiros a votar. "O voto serve para decidir quem vai governar. Assim, quem vencer a votação demonstrará o melhor desempenho nas propagandas eleitorais e nas propostas", diz ele, que estava em dúvida entre dois candidatos. Já Marina Augusto, de 10 anos, afirmou que não iria seguir a opinião das amigas. "Eu não vou votar em quem elas falaram, eu acho que temos que votar em quem queremos", afirma.

Após o período eleitoral, o assunto continuará sendo tratado nas salas de aula. "Nós vamos continuar com o processo. A criança não pode achar que o brasileiro só exerce o direito de cidadão nesse momento. Vamos fazer o comparativo com países que ainda não oferecem o direito ao voto direto", explica a diretora. Ela acredita que é importante mostrar às crianças que nem sempre o brasileiro pôde votar para presidente e que isso foi uma conquista para o País.

A ideia principal do projeto é formar eleitores conscientes. O resultado, segundo ela, já está sendo notado nos alunos maiores. "Fizemos uma enquete de quantos alunos vão votar. Muitos tiraram o título porque querem participar das eleições. Acho que a escola colaborou para isso também, para despertar esse poder de decisão, que está nas mãos do povo", enfatiza.

Depois da votação, muitas crianças, eufóricas, acabavam comentando sobre o candidato que escolheram. Elas só irão saber o resultado da simulação eleitoral na próxima semana, mas já vislumbram o vencedor, e estão na expectativa. "Eu já sei quem vai ganhar pela torcida na classe", conclui Gabriel.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir