Categoria Geral  Noticia Atualizada em 04-10-2014

Sabesp pede autorização para uso da 2ª cota do volume morto
Órgãos reguladores analisam solicitação para exploração da reserva técnica. Capacidade das represas do sistema atingiu nível de 6,4% nesta sexta-feira.
Sabesp pede autorização para uso da 2ª cota do volume morto
Foto: g1.globo.com

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) solicitou aos órgãos reguladores autorização para o uso da segundo cota da reserva técnica (volume morto) do Sistema Cantareira. Até então, a companhia só tinha o aval da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento de Água e Esgoto do estado de São Paulo (DAEE) para fazer as obras de captação dos 106 bilhões de litros abaixo das comportas.

O Cantareira abastece hoje 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo, mas opera com 6,4% da capacidade nesta sexta-feira (3). Os reservatórios não registram aumento desde maio. O pedido para uso da segunda cota do volume morto foi feito em 27 de setembro, junto com a entrega de um plano de contingência aos órgãos reguladores, segundo a Sabesp.
Dois dias após o envio do documento "Projeção de Demanda – Sistema Cantareira", a companhia solicitou nova data para fazer correções e incluir outros estudos. O prazo máximo para entrega é segunda-feira (6). A ANA depende dos dados para analisar o pedido de nova exploração da reserva técnica.
A companhia não divulgou data para o início da captação e informou que ela será feita apenas se for necessário, mas as obras de instalação das bombas já estão prontas. Os 106 bilhões de litros de água vão elevar em 10,7 pontos percentuais a capacidade das cinco represas, de acordo com a Sabesp. Até esta publicação, o DAEE e a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos não tinham se manifestado sobre o assunto.
Capacidade atual até novembro
A crise hídrica no estado causou queda no nível dos reservatórios do Sistema Cantareira. Em setembro, o secretário estadual de Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, afirmou que o atual volume de água do Cantareira abastece a população até novembro. "Continuando sem chover, o atual volume do Cantareira nos garantiria (...) até o dia 21 de novembro com o volume que eu tenho hoje", disse.

Já o governador Geraldo Alckmin, candidato à reeleição, disse que o pior do período de seca já passou e que espera não usar a outra cota do volume morto. Apesar das seguidas quedas no nível dos reservatórios, a Sabesp descarta a implantação de racionamento e defende que, mesmo sem chuva na primavera e no verão, o abastecimento da Grande São Paulo está garantido até março de 2015.
Três ações fazem parte da estratégia estadual em curto prazo para amenizar a crise: bônus na conta de água, uso de outras represas como alternativa ao Cantareira para o abastecimento de determinados bairros e a redução na pressão da água distribuída à noite.
Volume morto e seca
Desde 16 de maio o sistema capta água do seu volume morto. À época, o Cantareira marcava 8,2% da capacidade, menor nível em suas medições. Naquela data, o acréscimo da reserva técnica elevou a capacidade para 26,7%. Mas, desde maio, o sistema continuou entregando mais água do que recebe.
O meteorologista do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) Thomaz Garcia explica que a chuva não auxilia o sistema por não ser contínua e regular. "Apesar de ter chovido, a estiagem continua. Essas chuvas que acompanhamos apenas melhoram a qualidade e a umidade do ar, mas não revertem a estiagem. São muito irregulares e não têm continuidade."
Garcia ressaltou que São Paulo não tem um período de chuva acima da média há nove meses. Os últimos registros ocorreram em março e abril, quando foram registrados 27,1 milímetros. Desde então, a capital paulista tem acompanhado longos períodos de seca.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir