Categoria Geral  Noticia Atualizada em 30-10-2014

"Nunca concordei", diz avó de Bernardo sobre casamento
Audiência é realizada por carta precatória na cidade de Santa Maria. Jussara Uglione, de 73 anos, havia adiado depoimento por motivo de saúde.

Foto: g1.globo.com

A avó do menino Bernardo Boldrini, encontrado morto em abril em uma cova na Região Noroeste do Rio Grande do Sul, é ouvida pela Justiça em Santa Maria, na Região Central na manhã desta quinta-feira (30). O depoimento de Jussara Uglione, de 73 anos, foi adiado após complicações cardíacas. Ela esteve internada duas vezes nos últimos 15 dias e recebeu alta na quarta-feira (29).

Quatro pessoas estão presas acusadas de homicídio qualificado e ocultação de cadáver: o pai, Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, a assistente social Edelvânia Wirganovicz e o irmão dela, Evandro Wirganovicz. Leandro ainda responde por falsidade ideológica e, segundo a polícia, foi o mentor do crime ao lado da mulher.

A audiência iniciou às 9h40 no Fórum de Santa Maria. A estratégia da acusação é trazer provas que relacionem a morte da criança de 11 anos com a morte da mãe dele, Odilaine Uglione, em 2010.

"Nunca concordei com o namoro e o casamento deles, porque pai e mãe não se engana", disse à RBS TV, sobre o relacionamento da filha com Leandro Boldrini, momentos antes de entrar no Fórum.

Durante a oitiva, Jussara reforça o que já havia afirmado anteriormente. Segundo a avó, Bernardo era maltratado e, por três vezes, não pôde ver o neto em Três Passos, cidade em que a criança morava com o pai e a madrasta. Ela disse, ainda, que denunciou o caso ao conselho tutelar. Depois da avó, vão prestar depoimento as 52 testemunhas de defesa indicadas pelos advogados dos quatro réus.

Entenda
Conforme alegou a família, Bernardo teria sido visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No dia 6 de abril, o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.

No início da tarde do dia 4, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. Graciele trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.

O pai registrou o desaparecimento do menino no dia 6, e a polícia começou a investigar o caso. No dia 14 de abril, o corpo do garoto foi localizado. Segundo as investigações da Polícia Civil, Bernardo foi morto com uma superdosagem de um sedativo e depois enterrado em uma cova rasa, na área rural de Frederico Westphalen.

O inquérito apontou que Leandro Boldrini atuou no crime de homicídio e ocultação de cadáver como mentor, juntamente com Graciele. Ainda conforme a polícia, ele também auxiliou na compra do remédio em comprimidos, fornecendo a receita médica. Leandro e Graciele arquitetaram o plano, assim como a história para que tal crime ficasse impune, e contaram com a colaboração dos irmãos Edelvânia e Evandro, concluiu a investigação policial.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir