Categoria Geral  Noticia Atualizada em 04-11-2014

Limpeza da boate Kiss começa na segunda-feira (10)
trânsito será interrompido na Rua dos Andradas, onde fica o prédio. Os trabalhos podem durar até 10 dias, conforme informou a empresa.
Limpeza da boate Kiss começa na segunda-feira (10)
Foto: g1.globo.com

Começa na próxima segunda-feira (10) a limpeza do interior da boate Kiss, em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul. A casa noturna foi atingida por um incêndio que matou 242 pessoas em 27 de janeiro de 2013. Os trabalhos podem durar até 10 dias, conforme informou a empresa dona do imóvel onde funcionava o estabelecimento. A Rua dos Andradas será interditada entre a Avenida Rio Branco e a Rua André Marques.

O serviço também contará com uma sondagem no palco onde o incêndio começou durante o show da banda Gurizada Fandangueira. O objetivo é identificar o volume e a concentração de cinzas que permanecem no local. Os móveis e eletrodomésticos da boate serão removidos. A Justiça, o Ministério Público e a Fundação Estadual de Proteção Ambeintal (Fepam) já foram comunicados sobre o início da limpeza.

Também está previsto um plano de desintoxicação da área. O imóvel será isolado com tapumes. O prédio terá vigilância 24h, sistema de iluminação com geradores e ainda exaustores para minimizar os impactos causados pela poeira e pela cinza. Todos os resíduos removidos serão encaminhados a uma empresa que fará a destinação correta do material.

O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013. A tragédia matou 242 pessoas, sendo a maioria por asfixia, e deixou mais de 630 feridos.

O fogo teve início durante uma apresentação da banda Gurizada Fandangueira e se espalhou rapidamente pela casa noturna, localizada na Rua dos Andradas, 1.925.
O local tinha capacidade para 691 pessoas, mas a suspeita é que mais de 800 estivessem no interior do estabelecimento. Os principais fatores que contribuíram para a tragédia, segundo a polícia, foram: o material empregado para isolamento acústico (espuma irregular), uso de sinalizador em ambiente fechado, saída única, indício de superlotação, falhas no extintor e exaustão de ar inadequada.

Ainda estão em andamento dois processos criminais contra oito réus, sendo quatro por homicídio doloso (quando há intenção de matar) e tentativa de homicídio, e os outros quatro por falso testemunho e fraude processual. Os trabalhos estão sendo conduzidos pelo juiz Ulysses Fonseca Louzada. Sete bombeiros também estão respondendo pelo incêndio na Justiça Militar.

O número inicial era oito, mas um deles fez acordo e deixou de ser réu.
Entre as pessoas que respondem por homicídio doloso, na modalidade de "dolo eventual", estão os sócios da boate Kiss, Elissandro Spohr (Kiko) e Mauro Hoffmann, além de dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, o vocalista Marcelo de Jesus dos Santos e o funcionário Luciano Bonilha Leão. Os quatro chegaram a ser presos nos dias seguintes ao incêndio, mas a Justiça concedeu liberdade provisória a eles em maio do ano passado.
Atualmente, o processo criminal ainda está em fase de instrução. Após ouvir mais de 100 pessoas arroladas como vítimas, a Justiça está em fase de recolher depoimentos das testemunhas.

As testemunhas de acusação já foram ouvidas e agora são ouvidas as testemunhas de defesa. Os réus serão os últimos a falar. Quando essa fase for finalizada, Louzada deverá fazer a pronúncia, que é considerada uma etapa intermediária do processo.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Ludyanna Ferreira    |      Imprimir