Categoria Geral  Noticia Atualizada em 06-11-2014

Escutas mostram ligação de chefe de quadrilha preso
Seco, condenado a 205 anos, comandava o grupo de dentro de presídio. Polícia Civil prende 16 suspeitos durante investigação que durou um ano.
Escutas mostram ligação de chefe de quadrilha preso
Foto: g1.globo.com

Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça e divulgadas pela Polícia Civil revelam a provável relação de José Carlos dos Santos, o Seco, um dos criminosos mais conhecidos do estado, com o roubo de veículos e tráfico de drogas. Uma operação deflagrada nesta quinta-feira (6) desarticulou uma quadrilha comandada por ele de dentro da cadeia. Pelo menos 150 policiais civis cumprem 50 mandados (21 prisão temporária e 29 de busca e apreensão) em municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre e do interior do Rio
Grande do Sul.


Mesmo preso e condenado a 205 anos, Seco era considerado um consultor do crime. "Criminosos de várias áreas, vamos dizer assim, do crime, ligavam para ele e pediam orientação. Ele passou a ser um consultor, um expoente experiente e passando para os demais que estão na rua a sua experiência e todo o seu know how de grandes assaltos", afirmou o delegado Juliano Ferreira, titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos.

Seco ficou conhecido por roubar carros-fortes jogando caminhões contra os veículos nas estradas e arrombando os cofres com explosivo. Desde 2006, ele está preso na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). Ainda assim, mantinha contato com bandidos de fora da cadeia.

"Tivemos um assalto a banco que toda a informação foi passada por ele. Onde conseguir o explosivo, como conseguir o armamento. Indicou até a pessoa que iria alugar esse armamento para a quadrilha praticar esse roubo a banco", acrescentou o delegado.
A quadrilha roubava carros, cargas e financiava o tráfico de drogas. A Polícia Civil acredita que mais de 200 veículos foram roubados em um período de um ano. Os automóveis eram enviados para os estados de Santa Catarina e Paraná e também para o Paraguai.


Durante a apuração, em uma das escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, Seco explica como clonar um caminhão que seria enviado para Curitiba.
Seco: "Cupincha", o seguinte: aquele 124 [caminhão], se tu puder dar uma olhada na placa para ver as letras. Se ver a letra, já vê o ano certinho. Tá 99% vendido.


Em outro diálogo, Seco conversa com um comparsa sobre a compra de cordéis, dispositivos usados para detonar explosivos. Na conversa, eles chamam os itens de "cordinhas".

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Ludyanna Ferreira    |      Imprimir