Categoria Geral  Noticia Atualizada em 10-11-2014

Prova de matemática do Enem estava "trabalhosa", analisam pr
Prova de linguagens estava com diversidade de gêneros e muitos textos. Docentes do Curso de A a Z e do Projeto Educação comentaram provas.
Prova de matemática do Enem estava
Foto: g1.globo.com

Professores de cursos pré-vestibulares consideraram que a prova de matemática do segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) exigiu bastante do aluno. "A prova de matemática normalmente é uma prova bastante trabalhosa, esse ano não foi diferente", disse o professor de matemática Fellipe Rossi.

Para o professor, em relação a 2013, a avaliação deste ano estava com menos cobrança de conteúdo e exigindo mais interpretação. Rossi disse que sentiu falta de questões sobre progressões, "mas de maneira geral estava dentro do esperado", ponderou.

Rossi comentou a questão de probabilidade que falava sobre testes de psicólogo. "É uma das mais difíceis, com certeza. Havia várias maneiras de resolver", disse. Uma das formas de solucionar seria fazer por permutações".

A questão que trazia o desenho de uma escada gerou confusão entre os alunos. O professor Wagner Costa disse que a vista de cima gerava uma circunferência. "Essa é uma questão de projeção", complementa o professor Marcelo Menezes.

Para Rossi, a questão sobre a distribuição de salários em uma empresa foi uma das mais trabalhosas da prova, pois exigia a maior quantidade de contas. "O texto era um pouco confuso, a leitura mais cuidadosa é que faz o aluno acertar a questão". O docente disse que a questão sobre a média de velocidade em uma via de São Paulo exigia que, para começar o cálculo, o aluno passasse o tempo para horas.

O professor Marcello Menezes criticou a falta de cobrança de alguns conteúdos do Ensino Médio na prova de matemática. "O Enem ainda não criou a coragem de ser um exame de vestibular". "Nós não podemos ter um nivelamento por uma prova que tem o conteúdo do ensino fundamental", completa.

Após as provas, o G1 recebeu, nos estúdios do Rio de Janeiro e Pernambuco, os professores Rafael Pinna (redação), Alan Miranda (português), Jaqueline Lopes (espanhol) e Fellipe Rossi (matemática), do Curso de A a Z, no Rio, e Fernanda Bérgamo (redação), Marco Antônio (inglês), Flávia Suassuna (literatura), Wagner Costa e Marcello Menezes (matemática), do Projeto Educação da Globo Nordeste, no Recife, que comentaram as questões.

A prova do segundo dia trouxe questões sobre música popular brasileira, uma delas com "Óia Eu Aqui de Novo" que ficou famosa na voz de Luiz Gonzaga, cartoon inspirado em um quadro de Pablo Picasso e pergunta de inglês sobre música de Bob Dylan.

Linguagens estava "diversa" e com muitos textos
Os professores consideraram que a prova estava com uma diversidade grande de gêneros. "Foram 10 questões com gênero literário", dise a professora Flávia Suassuna, de literatura, que citou o lírico, o dramático e o narrativo. "Foi uma prova de uma riqueza, de uma diversidade", avalia a professora Fernanda Bérgamo.

Os professores também apontaram a grande quantidade de textos. "Normalmente é uma prova cansativa, mas neste ano foi ainda mais", disse o professor de português Alan Miranda.

Na prova, havia uma propaganda que falava sobre abuso sexual a crianças. O professor Alan Miranda explica que a imagem apresentava a metáfora do pesadelo, que tem como finalidade "mostrar quão terrível é para a criança a violência sexual". Não havia a mensagem de que os abusos só acontecem à noite, acrescenta o professor.

Na prova de inglês, uma questão trouxe uma música de Bob Dylan. O professor de inglês Marco Antônio afirma que foi a questão mais complicada da prova. ‘Você pode depreender a mensagem de que a música pode servir para qualquer nação, não só para os EUA", explica, se referindo aos "senhores da guerra".

A professora de espanhol Jaqueline Lopes, elogiou a seleção de textos da prova. "Tivemos uma propaganda, textos informativos, um poema", lista. "A prova de língua estrangeira versa a compreensão e interpretação". A docente ainda disse que ficou surpresa com a falta de tirinhas, que são recorrentes na prova de espanhol.

A professora também destacou a questão que falava sobre a realidade paraguaia. Segundo ela, é uma tendência do Enem a "valorização da cultura dos países latinoamericanos"

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir