Categoria Geral  Noticia Atualizada em 13-11-2014

Operação da PF desarticula quadrilha que fazia desvio de car
28 mandados de prisão e 30 de busca e apreensão estão sendo cumpridos. Estima-se que quadrilha provocou prejuízo de mais de R$ 5 milhões.
Operação da PF desarticula quadrilha que fazia desvio de car
Foto: g1.globo.com

Uma das maiores quadrilhas de desvio de cartões bancários utilizados em fraudes no Brasil e no exterior foi desarticulada pela Policia Federal, por meio da Operação Corrieu, em Santos, no litoral de São Paulo. Os 28 mandados de prisão temporária e de 30 de busca e apreensão começaram a serem cumpridos nesta quinta-feira (13), nas cidades de Santos, São Vicente, Praia Grande, Cubatão, São Paulo, Atibaia e Bom Jesus dos Perdões.

As investigações começaram em junho de 2013, sendo o nome Corrieu derivado do nome Correios, por envolver agentes dessa empresa pública. Durante a investigação foi possível traçar todo o percurso criminoso envolvendo as fraudes com cartões bancários, que se iniciava com o desvio de cartões nos Correios e terminava com os saques fraudulentos ou gastos nos cartões de crédito.

A organização criminosa estruturou uma central telefônica na cidade de São Paulo, onde por meio de ligações simuladas, induziam os clientes bancários a erro e obtinham sua senha, que eram digitadas no telefone e identificadas por aparelhos "bina". As gravações telefônicas também simulavam "jingles" dos bancos.

Duas organizações criminosas interligadas foram identificadas atuando no desvio de cartões e documentos bancários dos Correios, seu desbloqueio e utilização irregular. No Centro de Distribuição de Correspondências dos Correios, as correspondências comuns contendo cartões e documentos bancários (boletos) eram desviadas por dois carteiros para o uso das organizações criminosas. De posse dos cartões, a organização criminosa, por meio de meios fraudulentos, obtinha todos os dados dos clientes tais como telefone, CPF, endereço e filiação.

Algumas mulheres que faziam parte da quadrilha realizavam ligações simuladas e solicitavam a confirmação de alguns dados dos clientes e, ao final, para a "liberação do envio do cartão", alegavam a necessidade da digitação da senha ao telefone. Nesse momento, equipamentos eletrônicos identificavam a senha. Outro membro da quadrilha ligava para o banco e realizava o desbloqueio do cartão.

De acordo com a polícia, os criminosos se dirigiam aos caixas eletrônicos ou estabelecimentos comerciais para fazer o uso desses cartões. Alguns membros da quadrilha eram enviados aos EUA para realizar compras com esses cartões clonados. Tais viagens foram monitoradas e acompanhadas pela Polícia Federal, com os bens apreendidos pela Receita Federal.

A polícia explica que outra modalidade de fraude era o desvio de correspondências contendo boletos bancários para adulteração de seu código de barras e posterior envio aos clientes para pagamento. Os carteiros envolvidos, ao identificar envelopes contendo boletos de cobrança, realizavam o desvio para um membro da organização criminosa, que adulterava somente o código de barras e os retornava ao carteiro, que realiza a entrega ao seu destinatário original que, por sua vez, fazia o pagamento que acabava por abastecer contas clonadas da quadrilha que retiravam esse dinheiro.

Segundo dados obtidos pela investigação, com o apoio dos Correios, bancos públicos e privados, foi possível delimitar todo o caminho da fraude. Dados da FEBRABAM colhidos com bancos envolvidos nessas fraudes estimam que a quadrilha foi responsável por um prejuízo de mais de R$ 5 milhões aos bancos. A movimentação era de 150 a 300 cartões por semana. Dois carteiros tiveram suas prisões decretadas. Diversos presos possuíam antecedentes criminais, sendo um foragido da Justiça da Bahia.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir