Categoria Geral  Noticia Atualizada em 18-11-2014

Trabalho escravo e os esforços do poder público
Comprometimento do governo e das empresas com a erradicação do trabalho forçado
Trabalho escravo e os esforços do poder público
Foto: www.opovo.com.br

O relatório Índice de Escravidão Global 2014, da Fundação Walk Free, divulgado ontem, indica que o Brasil tem 155,3 mil pessoas em situação análoga à escravidão. De acordo com o levantamento, em 2013, o número de pessoas resgatadas em situação de trabalho forçado no setor da construção civil (38% dos casos) foi maior que no setor rural, onde o problema se apresentava com maior intensidade. O fato do setor da construção civil ter se notabilizado diz respeito principalmente a atração de investimentos em obras para a Copa do Mundo, o que propiciou o aumento dos casos em áreas urbanas.


Outra situação detectada foi a exploração sexual por causa do grande fluxo de turismo nas cidades-sede do Mundial. Fortaleza, nesse ponto, surge como uma dos locais que concentrou boa parte dos casos de abuso sexual de crianças por turistas. Também foi verificado pelo documento muitas crianças trabalhando como empregadas domésticas. A participação no tráfico de drogas foi ainda um ponto considerado preocupante quanto as crianças brasileiras. Mas apesar dos números e preocupações sugeridas pelo relatório, o Brasil aparece com significativa queda em relação ao levantamento anterior, que apontou mais de 210 mil pessoas submetidas ao trabalho escravo no país. O relatório da Fundação Walk Free ressalta nesse sentido o progressivo comprometimento do governo e das empresas com a erradicação do trabalho forçado.


A aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Trabalho Escravo, que determina a expropriação de imóveis urbanos e rurais onde seja constatada a exploração de trabalho análogo à escravidão, é uma dessas iniciativas consideradas importantes. O trabalho destaca que por isso, o Brasil é um dos líderes mundiais no combate à escravidão, ao lado dos Estados Unidos e da Austrália, desenvolvendo medidas para eliminar o trabalho escravo na contratação pública e nas cadeias de fornecimento das empresas que atuam em seus países.

Fonte: www.opovo.com.br
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir