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Duque nega ter conhecimento de pagamentos da Petrobras

Ex-diretor reconheceu ter recebido R$ 1,6 milh�o de empreiteira. Por�m, ele afirmou que a quantia foi paga por um servi�o de consultoria.
Duque nega ter conhecimento de pagamentos da Petrobras

Foto: g1.globo.com

O ex-diretor de Servi�os da Petrobras, Renato Duque, preso na s�tima fase da Opera��o Lava Jato, da Pol�cia Federal, negou ter participado de qualquer esquema de propina na Petrobras. Duque prestou depoimento aos policiais que cuidam do caso na Superintend�ncia da PF, em Curitiba, onde ele est� detido, com a pris�o preventiva decretada pela Justi�a. Na conversa, o ex-diretor confirmou ter recebido R$ 1,6 milh�o da construtora UTC, para a qual ele diz ter prestado servi�os de consultoria.

Duque negou ter conhecimento de qualquer caso de corrup��o dentro da estatal. No depoimento, ele reconhece que abriu uma empresa de consultoria pouco antes de se aposentar na Petrobras. Ele, inclusive, garantiu que foi por causa da aposentadoria no INSS que resolveu deixar a empresa.

O ex-diretor tamb�m foi questionado sobre a exist�ncia de um cartel de empresas para realizarem obras para a Petrobras. Duque negou ter conhecimento e disse que todas as licita��es passavam por uma Ger�ncia de Or�amentos, que verificava os valores a serem gastos para cada obra da estatal e que os valores s� eram divulgados no momento da abertura das propostas das empresas que participavam das concorr�ncias.

Ao ser confrontado com o depoimento do tamb�m ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, sobre um superfaturamento que existiria para desvios e abastecimento financeiro de partidos pol�ticos, Duque disse duvidar que o antigo colega tivesse feito tal afirma��o. Para Duque, � pouco prov�vel que a Petrobras tenha sido alvo de desvios de dinheiro.
Relacionamento com Baiano

Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano e apontado como operador do PMDB pela investiga��o, foi citado no depoimento. Duque afirmou que conheceu o lobista em um restaurante, tendo sido apresentado por outra pessoa. O ex-diretor n�o soube precisar quando e em quais circunst�ncias teve contato com Baiano. Tamb�m disse que essa foi a �nica vez em que teve contato com ele.

O ex-diretor tamb�m negou ter conhecimento de que um subordinado dele na estatal, Pedro Barusco, tivesse recebido propina ou mesmo que mantivesse contas banc�rias no exterior. Barusco assinou um acordo de dela��o premiada no qual se compromete a devolver mais de US$ 100 milh�es.

Em rela��o aos contatos com outras pessoas citadas, Duque reconheceu que mantinha encontros com J�lio Camargo, mas que as conversas tratavam apenas de assuntos pessoais. Sobre o tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari Neto, ele disse que o conhece e que esteve com ele algumas vezes. Afirmou ainda que tem uma empatia pelo tesoureiro, mas negou que o tivesse visto na sede da Petrobras.

J�lio Camargo, executivo da empresa Toyo Setal, assinou um acordo de dela��o premiada. No depoimento, ele afirmou ter pago propina para que a companhia pudesse obter contratos com a Petrobras, no valor de R$ 4 bilh�es. J� o tesoureiro do PT foi apontado como o receptador dos recursos que deveriam abastecer o caixa do partido.

Lava Jato

A Opera��o Lava Jato investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilh�es e provocou desvio de recursos da Petrobras, segundo investiga��es da Pol�cia Federal e do Minist�rio P�blico Federal. A nova fase da opera��o policial teve como foco executivos e funcion�rios de nove grandes empreiteiras que mant�m contratos com a Petrobras que somam R$ 59 bilh�es.

Parte desses contratos est� sob investiga��o da Receita Federal, do MPF e da Pol�cia Federal. Ao todo, 24 pessoas foram presas pela PF durante esta etapa da opera��o. Por�m, ao expirar o prazo da pris�o tempor�ria (de cinco dias, prorrog�veis por mais cinco), na �ltima ter�a (18), 11 suspeitos foram liberados. Outras 13 pessoas, entre as quais Renato
Duque, continuam na cadeia.

Fonte: g1.globo.com

Por: Ingrid Leitte | Imprimir