Categoria Geral  Noticia Atualizada em 24-11-2014

Na parcial de novembro, mais de US$ 2 bilhões saíram do Bras
Informação foi divulgada nesta segunda-feira pela autoridade monetária. US$ 2,18 bilhões deixaram o país em novembro até a última quinta (20).
Na parcial de novembro, mais de US$ 2 bilhões saíram do Bras
Foto: g1.globo.com

A saída de dólares da economia brasileira superou o ingresso de recursos no país em US$ 2,18 bilhões na parcial de novembro, até a última quinta-feira (20), informou o Banco Central nesta segunda-feira (24).


Em outubro, houve a entrada de US$ 6,92 bilhões no Brasil – a maior em 17 meses. Se for confirmada retirada de dólares no mês de novembro fechado, será a primeira saída de valores do país desde agosto, quando US$ 3,05 bilhões saíram da economia brasileira.
Já o resultado parcial de 2014, até a última quinta-feira (20), ainda foi contabilizado ingresso de dólares no país. No acumulado deste ano, US$ 6,08 bilhões entraram na economia brasileira.


Impacto no dólar

A entrada de recursos registrada na parcial deste mês favoreceria, em tese, a queda do dólar. Isso porque, com mais moeda norte-americana no mercado, seu preço tenderia, teoricamente, a ficar menor. Em novembro, porém, o dólar tem registrado valorização. No fim de outubro, estava cotado a R$ 2,47. Nesta segunda-feira (24), por volta das 11h50, a moeda norte-americana estava em R$ 2,52.


Além do fluxo de dólares, outros fatores também influenciam a cotação do dólar no Brasil. Entre elas, estão o comportamento da economia norte-americana e das as sinalizações sobre a política monetária nos Estados Unidos.


Os indicadores da economia brasileira, que pioraram nos últimos anos e os fracos resultados dos últimos meses, além das intervenções do Banco Central no mercado futuro da moeda norte-americana, por meio da oferta dos contratos de "swap cambial" – instrumentos que funcionam como venda de dólares no mercado futuro, com impacto no mercado à vista – também impactam a cotação do dólar no Brasil.


Nos Estados Unidos, a expectativa dos analistas é de continuidade da retirada de estímulos à economia, que começa a dar sinais de recuperação. No futuro, pode haver até mesmo aumento de juros nos Estados Unidos, o que tenderia a gerar retirada de dólares do


Brasil, em direção aos EUA, e pressão de alta na cotação da moeda norte-americana.
O BC brasileiro, porém, também tem prosseguido com suas intervenções diárias no mercado com os "swaps cambiais". Recentemente, o BC anunciou que aumentará as intervenções diárias no mercado futuro de câmbio - o que ajuda a conter uma pressão de alta do dólar no país.


Os analistas do mercado financeiro acreditam que o dólar terá alta até o final deste ano. Pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras, na semana passada, revela que a previsão dos economistas para o dólar, no fim de 2014, é de R$ 2,55.


Como funcionam os swaps cambiais

Os swaps cambiais são contratos para troca de riscos. O Banco Central oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte-americana. No vencimento deles, o BC se compromete a pagar uma taxa de juros sobre valor dos contratos e recebe do investidor a variação do dólar no mesmo período.


É uma forma de a instituição garantir a oferta da moeda norte-americana no mercado, mesmo que para o futuro, e controlar a alta da cotação. Assim, o BC acalma a procura por dólares sem mexer nas reservas internacionais.


O investidor, preocupado com a tendência de alta, tem interesse em comprar dólares. Quando aceita a operação, fica estimulado a querer a queda ou a manutenção do dólar, para que não tenha que pagar ao banco mais do que receberá em juros. Essa taxa, normalmente, acompanha a Selic, que é a taxa básica da economia brasileira e hoje está em 11,25%. Se o dólar tiver variação acima disso, por exemplo, quem perde é o investidor.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Ingrid Leitte    |      Imprimir