Categoria Geral  Noticia Atualizada em 25-11-2014

BH ocupa sexto lugar no ranking das cidades com maior potenc
Capital enfrenta problemas como crescimento baixo e infraestrutura fraca.
BH ocupa sexto lugar no ranking das cidades com maior potenc
Foto: www.em.com.br

Apesar de Belo Horizonte, depois de São Paulo, ser a capital brasileira onde os empreendedores encontram mais alternativas de investimentos, movimentando R$ 700 bilhões em operações de crédito, a capital mineira está em sexto lugar no Índice de Cidades Empreendedoras (ICE). O ranking mediu pela primeira vez o potencial de 14 capitais brasileiras para fazer negócios e atrair investimentos em vários setores. Elaborado pela Endeavor, ONG mundial de fomento ao empreendedorismo, o estudo mostrou que, enquanto o acesso aos recursos é um facilitador, Belo Horizonte enfrenta entraves de grande porte que seguram seu desenvolvimento, como a infraestrutura e o ritmo de crescimento da economia, abaixo do observado em outras capitais do Sudeste.

Quando o assunto é empreendedorismo, a expectativa é que BH esteja, até 2022, entre os primeiros lugares do ranking do empreendedorismo. No setor de tecnologia da informação, por exemplo, a estimativa é de geração de 50 mil novos empregos em oito anos, sendo que hoje emprega 20 mil pessoas na região metropolitana e concentra empresas de alto potencial de crescimento. Mas, por enquanto, o estudo da Endeavor mostra que a capital mineira está atrás de cidades como Florianópolis, São Paulo e Vitória.

"De um modo geral, a pesquisa mostrou que o país ainda engatinha no empreendedorismo e o objetivo do estudo é dar subsídio para políticas públicas e também para os investidores no momento de escolher onde iniciar um negócio", observa João Melhado, pesquisador da Endeavor. Ele ressalta que no país existem 35 mil empresas que apresentaram nos últimos três anos ritmo de crescimento acima de 20% ao ano. "Esse número representa 1% do total de empresas no país, mas para se ter ideia elas geram mais de 50% dos empregos." Minas Gerais concentra 9% dessas empresas, sendo que perto de 1,9 mil estão localizadas na capital.

"A cidade deve buscar melhorar seu ambiente regulatório. Belo Horizonte também ocupa a nona posição no custo dos impostos e 12ª posição em aspectos do mercado, que dizem respeito ao desenvolvimento econômico." João Melhado também aponta que a cidade tem desafios de longo prazo, como melhorar a infraestrutra de suas rodovias e gerar ambiente para o crescimento de seu mercado interno. "Mesmo que seja tentador trabalhar aspectos pontuais, o foco deve estar no longo prazo."

O sócio-diretor da Start Up Queepme, Daniel Diniz, desenvolveu o aplicativo Programa Canguru para gestantes em BH. Para ele, a capital mineira tem condições para vencer seus desafios e na próxima década se tornar a primeira cidade do ranking de empreendedores. Daniel destaca a movimentação de mais de R$ 700 bilhões em operações de crédito, além de outros R$ 4 bilhões investidos diretamente em empreendedores mineiros por meio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). "Isso mostra que a cidade tem atraído investimentos", diz.

VALE DO SILÍCIO O estudo da Endeavor avaliou sete pontos nas 14 capitais pesquisadas: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado (desenvolvimento econômico), acesso a capital, inovação, capital humano e cultura, que mede o desejo de se empreender na cidade. Em termos percentuais, as empresas de Belo Horizonte nacionalmente são as que mais investem em inovação. A pesquisa da Endeavor chega a citar a cultura em torno do chamado San Pedro Valley, o Vale do Silício mineiro, que fica na Região Centro-sul da cidade, onde se desenvolveram iniciativas de empresas de alto crescimento. Por outro lado, a pesquisa apontou que BH está em 9º lugar no custo dos impostos, um peso desfavorável para o empreendedorismo.

Na capital mineira, 25% dos adultos têm curso superior, acima da média nacional, que é de 23%, mas abaixo de capitais como Vitória e Florianópolis, onde o índice chega a 35%. Em BH, a mão de obra qualificada é um ponto positivo, mas os salários estão abaixo das médias das regiões Sul e Sudeste. A cidade tem ainda a 3ª maior taxa de jovens matriculados no ensino profissionalizante, o que garante ao empreendedor mais chances de formar uma boa equipe._

Com foco no longo prazo, Luiz Antônio Athayde, subsecretário de Investimentos Estratégicos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, diz que até 2033 a expectativa é que sejam gerados 700 mil empregos na Grande BH com o desenvolvimento de setores-chave da economia, como aeronáutico, microeletrônica, plataformas de TI, fármacos, setores indutores do crescimento econômico.

Daniel Diniz diz que aposta ainda na capacidade da cidade e do estado de gerar mão de obra qualificada não apenas para suprir o mercado local, mas para exportar para o mundo. "Somos o estado com mais universidades federais e estaduais do país. Além do nível superior, o estudo mostra ainda que BH já está em terceiro lugar na taxa de jovens matriculados no ensino profissionalizante, o que revela capacitação em todos os níveis."

Fonte: www.em.com.br
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir