Categoria Geral  Noticia Atualizada em 25-11-2014

Gastos de brasileiros no exterior caem em outubro com alta d
No mês passado, despesas no exterior somaram US$ 2,12 bilhões. Com isso, houve queda frente a outubro do ano passado, informou BC.
Gastos de brasileiros no exterior caem em outubro com alta d
Foto: g1.globo.com

A forte alta do dólar em outubro parece ter contido os gastos dos brasileiros no exterior. No mês em que a moeda ficou 1,25% mais "cara", os gastos lá fora somaram US$ 2,12 bilhões, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (24) – uma queda de 7,4% frente ao mesmo mês de 2013. Em outubro de 2013, as despesas no exterior totalizaram US$ 2,29 bilhões.

O dado de outubro também representa queda frente a setembro deste ano, quando os gastos fora do Brasil somaram US$ 2,38 bilhões.

"Certamente, a variação do dólar nos últimos três meses, em agosto, setembro e outubro, quando subiu cerca de 15%, tende a influenciar essa conta de viagens, que é sensível ao custo da moeda estrangeira", avaliou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel. Segundo ele, dados parciais indicam nova queda de gastos em novembro, frente ao mesmo mês de 2013.

Alta do dólar
Em outubro, a moeda norte-americana registrou valorização de 1,25%, terminando o mês passado em R$ 2,47 para venda, contra R$ 2,44 no fim de setembro. Nesta segunda-feira, por volta das 10h40, o dólar já estava ainda mais alto ainda, cotado em R$ 2,53.

No fim do ano passado, a moeda americana estava sendo negociada ao redor de R$ 2,34. Em janeiro e fevereiro deste ano, oscilou por volta de R$ 2,40. Em agosto deste ano, o dólar teve queda de 1,36% em relação ao fim de julho, fechando aquele mês em R$ 2,23.

O dólar mais alto encarece as passagens e os hotéis cotados em moeda estrangeira, além dos produtos comprados lá fora. Segundo analistas, entre os fatores que impulsionam as despesas de brasileiros no exterior estão o aumento da renda no Brasil e os preços mais baratos de produtos em outros países.

Especialistas lembram, porém, que as famílias planejam as viagens ao exterior com certa antecedência. O dólar mais alto também encarece os gastos com cartões de crédito e débito no exterior.

Acumulado do ano
Apesar da queda em outubro, as despesas no exterior bateram recorde nos dez primeiros meses deste ano, quando somaram US$ 21,76 bilhões, segundo informações do Banco Central. O recorde anterior foi registrado no mesmo período de 2013, quando os gastos de brasileiros lá fora somaram US$ 20,93 bilhões.

Alta do IOF
As despesas de brasileiros no exterior bateram recorde no acumulado deste ano mesmo com adoção, no fim de 2013, de medidas para conter esses gastos. A alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) – incidente nos pagamentos em moeda estrangeira feitos com cartão de débito, saques em moeda estrangeira no exterior, compras de cheques de viagem (traveller checks) e carregamento de cartões pré-pagos – foi elevada de 0,38% para 6,38% no fim do ano passado. Com isso, essas operações passaram a ter a mesma tributação dos cartões de crédito internacionais.

Histórico de gastos
Em 2013, os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 25,3 bilhões e bateram recorde para um ano inteiro, contra US$ 22,2 bilhões no ano anterior. Em 2011, as despesas dos nossos turistas lá fora haviam somado US$ 21,2 bilhões.

Até 1994, quando foi criado o Plano Real para conter a hiperinflação no país, os gastos de brasileiros no exterior não tinham atingido a barreira dos US$ 2 bilhões. Mas, naquele ano, quando o real foi ao equiparado ao dólar, as despesas somaram US$ 2,23 bilhões. Entre 1996 e 1998, elas oscilaram entre US$ 4 bilhões e US$ 5,7 bilhões.

Com a maxidesvalorização cambial de 1999 e o dólar ultrapassando R$ 3 em um primeiro momento, as despesas lá fora também ficaram mais caras. Os gastos voltaram a recuar e ficaram, naquele ano, próximo de US$ 3 bilhões.

As despesas de brasileiros fora do país voltaram a atingir a barreira de US$ 5 bilhões por ano apenas em 2006. Desde então, têm apresentado forte crescimento: em 2007, 2008 e 2009, atingiram, respectivamente, US$ 8,2 bilhões, US$ 10,9 bilhões e US$ 10,8 bilhões.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir