Categoria Geral  Noticia Atualizada em 25-11-2014

Alberto Youssef dá último depoimento para tentar delação pre
Depois que Alberto Youssef contar o que sabe, depoimento segue para o STF decidir se aceita ou não se doleiro terá direito à redução de pena.
Alberto Youssef dá último depoimento para tentar delação pre
Foto: g1.globo.com

Nesta terça-feira (25), é o último depoimento do doleiro Alberto Youssef, um dos principais investigados do escândalo de corrupção na Petrobras.

Depois que Alberto Youssef contar o que sabe, o depoimento segue para o Supremo Tribunal Federal decidir se aceita ou não a delação premiada, como aconteceu com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. E assim será definido se ele tem direito à redução de pena e qual o tamanho dessa redução.

Youssef começou a ser ouvido há um mês e os investigadores da Polícia Federal têm mais de 100 horas gravadas de depoimentos.

Na segunda-feira (24), um dos advogados de defesa de um diretor de empreiteira apresentou o que seriam provas do pagamento de propina no esquema.

A petição foi encaminhada à delegacia da Polícia Federal do Paraná. Faz parte do documento uma planilha que mostra uma relação de depósitos feitos entre 2010 e 2014, que somam mais de R$ 8,8 milhões. Um deles foi feito em junho deste ano, três meses depois da Operação Lava Jato começar.

Segundo o advogado de Erton Medeiros Fonseca, diretor da empreiteira Galvão Engenharia, os pagamentos à LFSN Consultoria Engenharia foram feitos por determinação do empresário Shinko Nakandakari, que teria se apresentado como emissário da diretoria de serviços da Petrobras.

O documento cita o então gerente de serviços da Petrobras, Pedro Barusco, que era subordinado ao então diretor de serviços, Renato Duque, que está preso.

Três notas fiscais de prestação de serviço também fazem parte da petição. A defesa do diretor alega que fez os pagamentos para evitar que a construtora fosse prejudicada em contratos com a Petrobras.

O último foragido da sétima etapa da Operação Lava Jato se apresentou nesta segunda-feira (24) à Polícia Federal. Adarico Negromonte Filho, que é irmão do ex-ministro das Cidades, Mário Negromonte, é suspeito de transportar dinheiro em nome do doleiro Alberto Youssef.
A advogada de Adarico Negromonte quer que ele responda ao processo em liberdade.

"Ele conta com uma idade avançada e um estado de saúde delicado e por esse motivo nós aguardamos o bom senso da Justiça para que ele possa responder ao demais atos em liberdade", diz Joyce Roizen, advogada de Adarico Negromonte.

Também nesta segunda-feira (24), procuradores da força-tarefa do Ministério Público Federal embarcaram para a Suíça em busca de parte do dinheiro que teria sido desviado de obras da Petrobras.

Os procuradores vão analisar a movimentação das contas que o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa tem na Suíça. O ex-diretor já se comprometeu a devolver o dinheiro, cerca de US$ 27 milhões. A força-tarefa vai averiguar também se outros investigados mandaram dinheiro para o exterior.

Em depoimento, o executivo Júlio Camargo, da empresa Toyo Setal, revelou que, em 2008, repassou R$ 6 milhões em propina. A maior parte foi depositada no banco Credit Suísse em contas indicadas pelo ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque e por Pedro Barusco, ex-gerente de serviços da estatal.

Em todos os casos, o Ministério Público Federal quer identificar e bloquear as contas, analisar a movimentação financeira e iniciar o processo para trazer o dinheiro de volta.

Nenhum representante da LFSN Consultoria Engenharia foi localizado. O ex-diretor da Petrobras Renato Duque nega participação em crimes e nega que tenha recebido vantagens indevidas. O advogado de Pedro Barusco não quis se manifestar. Também não conseguimos contato com a defesa de Paulo Roberto Costa, que cumpre prisão domiciliar.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir