Categoria Geral  Noticia Atualizada em 09-12-2014

De Drummond a Tom, veja "timaço" de estátuas em tamanho real
Imagem de Tom Jobim foi inaugurada nesta segunda-feira (8) em Ipanema. Cazuza é o próximo "reforço" e vai ser imortalizado em praça do Leblon.
De Drummond a Tom, veja
Foto: g1.globo.com

Desde segunda-feira (8), quem passa pelo calçadão de Ipanema cruza com um Tom Jobim tranquilo, com o violão sobre o ombro. A poucos metros dali, no Posto 6, Dorival Caymmi saúda quem passa, também com violão em mãos. Bem perto do músico baiano, o poeta Drummond apenas vê a vida passar, serenamente sentado em um banco de Copacabana. Cada vez mais reforçado, um "timaço" de poetas, músicos e compositores brasileiros tem sido imortalizado com estátuas em tamanho real, distribuídas sem pedestais por locais que frequentavam. E já tem reforço a caminho: Cazuza.
Feita pelas mãos da mesma escultora, Christina Motta, autora da Brigitte Bardot de Búzios e do mais novo Tom, entre outros, a obra de Cazuza tem previsão de ser inaugurada no primeiro semestre de 2015. O local escolhido é a praça que já leva o seu nome e será revitalizada, na esquina da Rua Dias Ferreira com a Avenida Ataulfo de Paiva, no Leblon.
No caso de Tom Jobim, Christina optou por fazer o maestro jovial. "Escolhi fazer o Tom bonito, quando ele estava no auge, nos anos 60", explicou durante a inauguração.
Dorival foi inspirado em fotografia de Evando Teixeira e instalado ao lado da vila de pescadores, um dos temas corriqueiros das canções do baiano apaixonado pelo mar.
A lista de estátuas de artistas que já convivem com o dia a dia do carioca – e fazem a alegria de turistas – tem outros mestres da música brasileira. Seguindo pela orla de Copacabana até o Leme, está Ary Barroso, autor de "Aquarela do Brasil", na porta do restaurante La Fiorentina, reduto da boemia artística. Criado em 2002, o monumento foi uma solicitação dos moradores do bairro para homenagear o compositor que passou seus últimos 40 anos no bairro, como frequentador assíduo da casa.
Poeta pop
A estátua feita em comemoração ao centenário do nascimento do poeta Carlos Drummond de Andrade, em outubro de 2002, é a campeã de popularidade. A 10 metros da água do mar do Posto 6, fica sobre um banco comum, com espaço para "fãs" posarem para fotos a seu lado. Mas além dos turistas, a obra também atrai vândalos, que por quase 10 vezes danificaram seus óculos, refixados então com mais firmeza, dificultando a depredação. Em 2013, no entanto, os óculos ficaram intactos, mas a obra foi pichada.
Afastados do mar, Pixinguinha toca saxofone no Centro e Renato Russo canta sucessos da Legião Urbana na Ilha do Governador. A primeira, inaugurada em 1995 na Travessa do Ouvidor, onde o músico costumava se reunir com amigos, foi baseada na foto de um ensaio realizado por Pixinguinha em Nova York, em 1963.
O cartunista Ique assina a imagem de Renato Russo, que está desde 2012 na Ilha do Governador, onde o compositor nasceu e viveu até os 6 anos, antes de ir para Brasília. "Decidi que faria a fisionomia do astro pop enquanto interpretava suas canções. Que era o momento onde ele mostrava toda sua força, seu carisma e sua arte completamente", escreveu Ique em seu blog, na época.

Outro escritor mineiro que, assim como Drummond, ganhou estátua em tamanho real no Rio é Otto Lara Resende. Feita em bronze e assinada pelo escultor Joás Pereira Passos, ela foi instalada em 2002 no largo que leva o nome do poeta e fica no cruzamento das ruas Jardim Botânico e Pacheco Leão, no Jardim Botânico, Zona Sul da cidade. Com o sorriso simpático que lhe era peculiar, ele segura um livro e oferece uma cadeira para que o visitante se sinta à vontade.

Próximo dali, também no Jardim Botânico, irreverente como sempre foi, está Abelardo Barbosa de Medeiros, o Chacrinha, talhado em bronze e com quase 1,90 de altura. A obra também foi criada por Ique. Ela foi instalada em 2010 na Rua General Garzon. O monumento mostra o inesquecível apresentador vestindo gravata borboleta, com uma buzina pendurada no pescoço e segurando uma peça de bacalhau.Noel e o garçom
Quem passa pela Rua 28 de Setembro, em Vila Isabel, na Zona Norte, cruza com Noel Rosa em uma mesa de bar ao lado de um garçom, em cena comum no anos 30 e cantada pelo próprio sambista em "Conversa de botequim" ("Seu garçom faça o favor de me trazer depressa...").
De acordo com a Secretaria Municipal de Conservação (Seconserva), há 391 homenagens feitas a personalidades no Rio, sendo 92 estátuas e 299 bustos ou efígies.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir