Categoria Geral  Noticia Atualizada em 09-12-2014

Último réu do massacre do Carandiru é julgado em São Paulo
Ex-PM da Rota é acusado de matar 73 presos da Casa de Detenção em 1992. Conhecido como "matador de travestis", Cirineu Silva está preso pelas mortes.
Último réu do massacre do Carandiru é julgado em São Paulo
Foto: g1.globo.com

Último réu acusado de participar do massacre do Carandiru, o ex-policial militar Cirineu Carlos Letang Silva começou a ser julgado nesta terça-feira (9), no Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo. Segundo o Ministério Público, ele participou da morte de 73 dos 111 presos da então Casa de Detenção, em 1992.


Em abril deste ano, 15 homens, entre policiais e ex-policiais, foram condenados, em júri popular, a pena de 48 anos de prisão cada um. Além deles, outros 58 agentes e ex-agentes já haviam sido condenados em três julgamentos anteriores. No total, 73 foram considerados culpados pelas mortes de 77 presidiários (mais 34 presos teriam sido mortos pelos próprios colegas de celas). Os sentenciados receberam penas que variam de 96 a 624 anos de prisão. Somadas, as penas chegam a 20.876 anos.


Como estavam soltos, todos os condenados recorrem em liberdade dessa decisão da Justiça. Cirineu é o único dos PMs acusados de participar do massacre que está preso, mas por outros crimes.


Ele é a apontado como matador em série de travestis. Teria assassinado seis transexuais entre os anos de 1990 e 2011. Foi condenado a mais de 16 anos de prisão pela morte do travesti Alison Pereira Cabral dos Anjos. O local onde está preso não foi informado.


Cirineu, que tem aproximadamente 50 anos, também não havia sido julgado anteriormente junto com os demais PMs e ex-PMs porque sua defesa pediu à época que o cliente fosse submetido a um laudo de insanidade mental. A equipe de reportagem não conseguiu localizar os advogados do réu para comentar o resultado do exame e o júri.


Em outras ocasiões, a defesa havia negados as acusações das mortes dos travestis e presos do Carandiru.


Ex-policial das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), Cirineu é acusado pelo promotor Daniel Tosta pelas mortes de 73 presos que estavam no terceiro pavimento do


Pavilhão 9 do Carandiru, na Zona Norte. O local correspondia ao segundo andar.
O julgamento deve ser presidido pelo juiz Rodrigo Tellini. Até quarta-feira (10) ele poderá dar a sentença. Um júri popular, composto por sete jurados, irá decidir se Cirineu
é culpado ou inocente da acusação e ainda se deverá ser condenado ou absolvido. O julgamento deve começar com o depoimento das testemunhas de acusação, depois das de defesa. Em seguida, o réu deve ser interrogado.


O episódio que ficou conhecido como massacre do Carandiru aconteceu em 2 de outubro de 1992, após uma rebelião de presos na unidade. Ao todo, 111 presidiários morreram após a entrada da Polícia Militar na Casa de Detenção.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Ingrid Leitte    |      Imprimir