Categoria Geral  Noticia Atualizada em 10-12-2014

Advogado pró-militares causa tumulto em exposição
Ele se diz militante de esquerda e pediu homenagem a vítimas de "terroristas". Parte da plateia o chamou de "fascista"; seguranças tentaram tirá-lo da OAB.
Advogado pró-militares causa tumulto em exposição
Foto: g1.globo.com

Um advogado de 81 anos que diz ser militante de um grupo intitulado "Vanguarda Leninista" causou um pequeno tumulto nesta quarta-feira (10) na apresentação do relatório final da Comissão da Verdade na Ordem dos Advogados do Brasil.


Após fala do presidente da CNV, Pedro Dallari, Joel Câmara subiu ao palco para pedir que fossem inseridos no documento que relaciona as violações aos direitos humanos da ditadura as vítimas dos "atos terroristas" cometidos no período.


A expressão é comumente usada por militares que apoiaram o golpe de 1964 para se referir a pessoas que morreram em ações da esquerda armada que se opôs ao regime militar.
"Nosso pleito é que seja inscrito no relatório a relação de todas as vítimas dos atos terroristas praticados desde novembro de 1964 até 1974. Estou representando viúvas e órfãos das vítimas de terroristas. Estamos prestando homenagem às Forças Armadas que venceram a guerrilha", afirmou o advogado, sob vaias e sendo chamado de "fascista" por algumas pessoas no auditório.


Joel Câmara saiu do recinto acompanhado de seguranças, que tentaram tirá-lo do hall de entrada enquanto dava uma entrevista à imprensa. Enquanto falava, a filha do deputado cassado pelo regime militar Marcelo Rubens Paiva, Vera Paiva, passou a discutir com Joel. "Você não estaria aqui se não estivéssemos numa democracia. Seria tirado daqui", afirmou Vera.


Aos jornalistas, Joel disse que treinou guerrilha e que foi preso em 1963 e passou dois anos na prisão. "Fui o único que fez questão de ser julgado pela Justiça Militar", afirmou. Ele disse que lutava pela "revolução comunista" antes do golpe de 1964, mas que, com a "vitória" dos militares, passou a defender que eles governassem.


"Eu estudei terrorismo para atacar o estrangeiro, e não o brasileiro! O povo que não honra suas Forças Armadas não tem autoridade para defender sua soberania!", bradou do lado de fora do auditório.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Ingrid Leitte    |      Imprimir