Categoria Geral  Noticia Atualizada em 10-12-2014

Torres da PM que custaram mais de R$ 3 milhões estão abandon
Segundo a corporação, medida foi tomada para priorizar patrulhamento móvel. Número de viaturas observado é menor que a metade de torres.
Torres da PM que custaram mais de R$ 3 milhões estão abandon
Foto: radioglobo

Cinco anos após a implantação da primeira torre blindada da Polícia Militar em uma via expressa do Rio de Janeiro, o Batalhão de Policiamento de Vias Especiais não utiliza mais nenhum dos 19 postos de patrulhamento e observação. Juntos, eles custaram mais de R$ 3 milhões aos cofres públicos. Nos últimos dias, a reportagem da Rádio Globo percorreu as principais vias expressas da cidade e todas as 19 torres blindadas, além de três cabines comuns, estavam sem policiais.


Muitos dos postos estavam com sinais claros de abandono, como marcas de tiros, pichações, ferrugem, vidros estilhaçados ou trincados, ausência de relógios marcadores de energia, goteiras e sujeira. Uma das torres, inclusive, é utilizada como depósito de entulho na Linha Vermelha.


Na tarde da última sexta-feira, dia 5, percorremos os 58 quilômetros da Avenida Brasil, a maior via em extensão do Rio de Janeiro. Passamos por 27 bairros, entre a Região Portuária e Santa Cruz, na Zona Oeste. No sentido Zona Oeste, há quatro torres blindadas vazias. No sentido Centro, três. No mesmo dia, circulamos pelo Viaduto do Gasômetro e vimos três torres também sem policiais. Nesta segunda-feira (8), nossa equipe percorreu a Linha Vermelha.


A via tem 21 quilômetros de extensão, do Centro do Rio até São João de Meriti, na Baixada Fluminense, e é margeada por 18 favelas. Há uma torre e uma cabine blindadas em cada sentido, porém, no dia em que passamos por lá, todas estavam sem policiais. No mesmo dia, circulamos também pelos 25 quilômetros da Linha Amarela, via que atravessa 18 bairros das zonas Norte e Oeste da cidade. Vimos duas torres no sentido Barra da Tijuca e quatro no sentido Centro, além de uma cabine blindada. Todas sem policiais. Mesma situação constatada na primeira torre blindada de vigilância implantada pela PM, em agosto de 2009, no Elevado Paulo de Frontin.


Na época da inauguração, a Secretaria de Segurança informou que as torres blindadas teriam o objetivo de aumentar a proteção dos policiais e criar novos pontos de observação pela cidade, para que, a partir de informações passadas pelos PMs das torres, o combate ao crime nas vias fosse agilizado. Ainda de acordo com a secretaria, cada torre blindada custou R$ 170 mil. As estruturas de quase seis metros de altura foram entregues com ar condicionado, banheiro, sistema de comunicação e blindagem reforçada nas paredes e janelas, resistentes a tiros de fuzil.


Segundo a Secretaria de Segurança, a equipe do novo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alberto Pinheiro Neto, está fazendo uma análise criteriosa que vai definir quais torres e cabines blindadas serão mantidas e quais serão retiradas.


A Polícia Militar informou que o comando do BPVE decidiu priorizar o policiamento móvel, para dar maior rapidez ao atendimento das ocorrências em vias expressas. Ainda de acordo com a corporação, as cabines servem como ponto de apoio para o policiamento motorizado. Durante o levantamento, nossa reportagem encontrou algumas viaturas do BPVE realizando o patrulhamento das vias expressas. Foram cinco na Avenida Brasil, duas na Linha Amarela e também duas na Linha Vermelha. Ao todo, foram nove viaturas, menos da metade do número de torres abandonadas.

Fonte: radioglobo
 
Por:  Ingrid Leitte    |      Imprimir