Categoria Geral  Noticia Atualizada em 11-12-2014

BC vê inflação elevada em 2015, mas indica "parcimônia" na a
Inflação deve ir para 4,5% só em 2016, avaliou instituição na ata do Copom. Avaliação de que o BC deve se manter "especialmente vigilante" foi mantida.
BC vê inflação elevada em 2015, mas indica
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou nesta quinta-feira (11), por meio da ata de sua última reunião, quando acelerou o ritmo de alta dos juros elevando a taxa básica da economia para 11,75% ao ano, que a inflação tende a permanecer elevada em 2015, mas avaliou que "ainda no próximo ano entra em longo período de declínio". A autoridade monetária acrescentou que a convergência da inflação para a trajetória de metas (cujo valor central é de 4,5%) tende a ocorrer em 2016.
"O Copom destaca que, em momentos como o atual, a política monetária [definição de juros para conter a inflação] deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como o observado nos últimos doze meses, persistam no horizonte relevante para a política monetária [até o fim de 2016]", informou o Banco Central, na ata do Copom.
A autoridade monetária acrescentou, porém, que considerando os "efeitos cumulativos e defasados da política monetária" [altas de juros já implementadas até o momento], o "esforço adicional de política monetária [próximos aumentos de juros] tende a ser implementado com parcimônia".
PIB patina, mas inflação segue alta
A aceleração do aumento de juros, conduzida na semana passada pelo Banco Central, aconteceu em um cenário de estagnação da economia brasileira, mas com inflação ainda resistente. O Produto Interno Bruto (PIB) avançou somente 0,2% de janeiro a setembro deste ano. No terceiro trimestre, a economia brasileira saiu da recessão técnica registrada na primeira metade do ano, mas com uma alta de somente 0,1% no PIB.
Ao mesmo tempo, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, somou 6,56% em doze meses até novembro - completando quatro meses acima do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação brasileiro. A meta, porém, vale somente para anos fechados. O mercado e o Ministério da Fazenda acreditam que a inflação ficará abaixo do teto de 6,5% neste ano.
"Para o Copom, o fato de a inflação atualmente se encontrar em patamares elevados reflete, em parte, a ocorrência de dois importantes processos de ajustes de preços relativos na economia – realinhamento dos preços domésticos em relação aos internacionais [alta do dólar] e realinhamento dos preços administrados em relação aos livres [aumento de tarifas, como energia, e gasolina, por exemplo]. O Comitê considera ainda que, desde sua última reunião, entre outros fatores, a intensificação desses ajustes de preços relativos na economia tornou o balanço de riscos para a inflação menos favorável", informou o Copom nesta quinta-feira.
Próximos passos do BC nos juros
Ao subir os juros na semana passada, o Banco Central já havia informado que as próximas elevações da taxa Selic seriam feitas com "parcimônia", conforme foi reafirmardo na ata da reunião - divulgada hoje. O mercado financeiro já prevê, com isso, uma desaceleração no ritmo de alta da taxa básica da economia, para 0,25 ponto percentual, em janeiro - para 12% ao ano.
Permanece, entretanto, a dúvida sobre qual será o tamanho do ciclo de alta dos juros, ou seja, quantas elevações serão feitas pela autoridade monetária. Até a semana passada, a expectativa dos economistas dos bancos era de que a autoridade monetária promoveria mais três aumentos seguidos de 0,25 ponto percentual - até 12,50% ao ano - em abril de 2015.
O Copom avaliou ainda que a demanda agregada tende a se apresentar relativamente robusta no horizonte relevante para a política monetária, ou seja, até o fim de 2016.
"De um lado, o consumo das famílias tende a registrar ritmo moderado de expansão, devido a efeitos de fatores de estímulo como o crescimento da renda e a expansão moderada do crédito; de outro, condições financeiras relativamente favoráveis, concessão de serviços públicos, ampliação das áreas de exploração de petróleo, entre outros, tendem a favorecer a ampliação dos investimentos. Por sua vez, as exportações tendem a ser beneficiadas pelo cenário de maior crescimento de importantes parceiros comerciais e pela depreciação do real", informou.
Segundo a autoridade monetária, esses elementos citados, assim como "os desenvolvimentos no âmbito parafiscal" (superávit primário feito pelo setor público) e no mercado de ativos (preço do dólar, por exemplo), são "partes importantes do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas, que, na visão do Comitê, tende a ocorrer em 2016".

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir