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Governo prepara operação de R$ 9 bi que beneficiará Petrobra

Eletrobras e Tesouro devem à Petrobras pelo compra de combustíveis. Haverá venda em mercado de títulos; Tesouro deve bancar R$ 6 bilhões.

Foto: g1.globo.com

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, informou nesta quinta-feira (11) que o governo está preparando uma operação de R$ 9 bilhões para sanar uma dívida que a Eletrobras e o Tesouro Nacional têm com a Petrobras por conta da compra de combustíveis para o chamado "sistema isolado" de energia, na região Norte do país.

Os combustíveis comprados da Petrobras foram utilizados pelas usinas térmicas para gerar energia. A operação acontece em um momento de queda das ações da petroleira, por conta das denúncias de corrupção na empresa e da diminuição do preço internacional do petróleo. A Petrobras também necessita de recursos para levar adiante os investimentos previstos para os próximos anos, entre eles a extração de petróleo da camada pré-sal (águas profundas).

"Há uma dívida reconhecida em favor da Petrobras, que vem fornecendo combustível que a Eletrobras que usa no sistema isolado [região Norte]. A Petrobras tem insistido muito em receber esses valores. Essas despesas eram bancadas basicamente pela CCC [que foi extinta]. As obrigações passaram para a CDE [Conta de Desenvolvimento Energético], com o controle do Tesouro Nacional. Foi havendo um atraso, um acúmulo do endividamento indireto da Eletrobras", explicou Lobão, durante cerimônia de balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em Brasília.

Lançamento de títulos ao mercado

Segundo ele, o que está acontecendo é uma negociação entre Petrobras e a Eletrobras, com aval do Tesouro Nacional, para resolver essa situação. "Para que Eletrobras reconheça dívida e, com aval do Tesouro Nacional, possa a Petrobras transformar isso em recursos [por meio do lançamento de títulos no mercado, que podem ter deságio] para atender suas necessidades especifícas", disse o ministro de Minas e Energia.

De acordo com o ministro, o valor da dívida é da ordem de R$ 9 bilhões "podendo ser um pouco mais ou um pouco menos". "Será fechado provavelmente nesta semana [o contrato] e o deságio [dos papéis emitidos] é questão de negociação posterior da Petrobras com o mercado", disse Lobão, acrescentando que uma parte da dívida deverá ser paga pelo Tesouro Nacional. A expectativa do ministro é de que os títulos, que podem ser da Petrobras ou do Tesouro Nacional, sejam lançados em mercado ainda neste ano.

"Assina-se o contrado de reconhecimento da dívida entre Eletrobras e a Petrobras, com o aval do Tesouro Nacional. E aí a Petrobras vai ao mercado financeiro, emitir papel. A Eletrobras tem uma parte da dívida, pequena, e o Tesouro deve à Eletrobras o repasse do recursos que tinha de fazer para a CCC, e agora é para a CDE. O Tesouro repassará a Eletrobras, que, por sua vez, pagará para a Petrobras. A maior parte da dívida vai ser paga pelo Tesouro, no valor de R$ 6 bilhões", explicou o ministro Lobão a jornalistas.
Investimentos na Petrobras

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, declarou nesta quinta-feira, durante o balanço do PAC, que os investimentos da Petrobras no pré-sal terão continuidade nos próximos anos, apesar da queda do preço do petróleo e da redução do valor da estatal em mercado.

"O valor do barril [do petróleo, atualmente ao redor de US$ 60] ainda permite o plano de negócios que a Petrobras tem para os próximos anos. É claro que faz revisão todos os anos. No começo do ano que vem, deve revisar [o plano de negócios]. A depender das previsões internacionais [para o barril de petróleo], vai ajustar para cima ou para baixo o valor dos investimentos. A previsão que tem hoje é que será possível continuar a carteira de investimentos para o pré-sal. Estão andando em velocidade bastante satisfatória", disse Belchior.

Fonte: g1.globo.com

Por: Ingrid Leitte | Imprimir