Categoria Geral  Noticia Atualizada em 12-12-2014

Após denúncias, Banco do Brasil suspende patrocínio à CBV
O Banco do Brasil emitiu uma nota oficial nesta quinta-feira (11) anunciando a suspensão dos pagamentos dos contratos com a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). A divulgação dessa medida é resultado do relatório da Controladoria Geral da União (CGU)
Após denúncias, Banco do Brasil suspende patrocínio à CBV
Foto: www.jb.com.br

O Banco do Brasil condiciona a volta do montante do patrocínio ao cumprimento das recomendações feitas pela CGU. O banco estatal informou que só retornará a patrocinar a entidade se a CBV se ajustar às regras da CGU.

No relatório, a CGU detectou erros em 13 contratos, somando R$ 30 milhões em pagamentos feitos entre 2010 e 2013 pela CBV com montante do Banco do Brasil.

A CBV também divulgou um comunicado oficial esclarecendo que a nova gestão tomou providências visando implantar uma governação responsável e, acima de tudo, ética. A entidade também cita que desde abril de 2014 são divulgados mensalmente os balancetes em seu site.

CGU detecta irregularidades em contratos da Confederação Brasileira de Vôlei

Relatório divulgado quinta-feira (11) pela CGU apontou irregularidades em 13 contratos da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) que, juntos, somam R$ 30 milhões. As investigações apontaram que empresas contratadas pela CBV pertencem a dirigentes e ex-dirigentes da confederação ou de pessoas ligadas a eles.

Segundo a CGU, parte do bônus de performance ofertados pelo Branco do Brasil (BB) não eram pagos pela CBV aos atletas e à comissão técnica. Isso ocorreu, de acordo com o relatório, ao mesmo tempo em que houve um aumento de despesas administrativas e operacionais, entre 2010 e 2013, "muito maiores" que os índices de inflação no período. Foi quando, conforme a controladoria, a CBV contratou empresas de dirigentes, ex-dirigentes e de seus parentes.

O dinheiro ia para empresas de pessoas ligadas à CBV, segundo detectaram os técnicos da CGU. Duas delas, de propriedade de genros de Ari Graça, ex-presidente da CBV, receberam R$ 2,7 milhões. A suspeita da controladoria é que essas empresas não existam. Outras duas empresas, sem sede física e que têm como sócio o ex-diretor da CBV Marcos Antônio Pina Barbosa, receberam juntas R$ 6,6 milhões.

O relatório também aponta que o ex-superintendente da confederação, Fábio Azevedo, é sócio de três empresas que receberam R$ 14 milhões da CBV e nenhuma tem estrutura física. Outro ex-superintendente da entidade, José Fardim, é proprietário de uma empresa que recebeu R$ 1 milhão. Mais cinco empresas ligadas a dirigentes da confederaçãp, segundo a CGU, receberam, ao todo, cerca de R$ 5 milhões.

"A verificação dos atuais ocupantes de cargos de direção da CBV e o confronto com as empresas que prestaram serviços a ela revelam a continuidade da prática de contratação de empresas ligadas a dirigentes e funcionários da entidade", diz a controladoria em nota. O órgão fez recomendação à CBV e ao BB.

Para a Confederação Brasileira de Vôlei, a CGU recomendou, entre outros, a adoção de medidas administrativas e legais para o ressarcimento dos gastos com serviços sem comprovação de execução, a adoção de um regulamento para contratações que defina padrões de governança mínimos e a instituição de um comitê para apoio do conselho diretor na tomada de decisões de longo prazo.

A CGU informou que o Banco do Brasil não é responsável pelas irregularidades, mas recomendou o fortalecimento dos controles internos em relação aos patrocínios em geral e que o banco deve verificar o cumprimento de uma série de condições pela CBV.

Confira na íntegra o comunicado do Banco do Brasil:

"O Banco do Brasil informa que suspendeu os pagamentos à Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) referentes aos contratos de patrocínio e condiciona a retomada dos pagamentos - e a continuidade do patrocínio - à adoção imediata pela CBV de todas as medidas corretivas apontadas pela Controladoria Geral da União (CGU), além de outras identificadas pelo Banco como necessárias.

Parte das medidas apontadas pela CGU foram previamente identificadas pelo BB e constam de aditivo contratual que foi negociado com a CBV, porém sem resposta final por parte da Confederação.

O Banco do Brasil reitera que não irá compactuar com qualquer prática ilegal, ou que seja prejudicial ao esporte e à comunidade do vôlei, e entende ser necessário que a CBV adote novas práticas de gestão que tragam mais disciplina e transparência à aplicação dos recursos."

Confira na íntegra o comunicado da CBV:

A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) recebeu na tarde de 04/12/2014 o relatório nº 201407834 de auditoria da Controladoria Geral da União, depois da série de denúncias da ESPN sobre a gestão do ex-presidente Ary Graça Filho.

Mesmo antes do relatório final, a nova gestão tomou providências visando implantar uma governança responsável e, acima de tudo, ética. Entre as medidas sugeridas pela CGU no relatório final já havia contratado auditoria para analisar os exercícios anteriores, cancelando contratos que possuíam vícios éticos, abrindo as contas e disponibilizando documentos para as entidades de fiscalização, sem restrição nenhuma. Desde abril de 2014 publica mensalmente balancetes em seu sítio eletrônico, tem um modelo de governança desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas, já reestruturou o quadro administrativo, criou medidas de aprimoramento na seleção de fornecedores e implantou uma auditoria interna permanente.

A reportagem publicada pela ESPN restringe-se a duas citações sobre a responsabilidade da atual gestão. A primeira sobre pagamentos em 2014 para a empresa SMP Sports Marketing, totalizando 188.000,00 reais. A empresa de propriedade de Marcos Pina recebeu pelos serviços prestados pelo citado de novembro de 2013 a fevereiro de 2014, quando foi superintendente da CBV e recebia via pessoa jurídica o valor mensal de 47.000,00 reais. Nenhum outro pagamento após o seu desligamento foi efetuado.

Sobre a segunda citação, a CBV expressa veementemente que o diretor de eventos Marcelo Wangler recebe apenas uma remuneração mensal, paga através da pessoa jurídica MWangler Produções e Eventos Ltda.

De posse do relatório final da auditoria da CGU a CBV tomou as medidas que estão ao seu alcance legal, contratando o escritório jurídico Thompson Motta Advogados Associados para acionar judicialmente buscando o ressarcimento dos valores gastos com contratos ou serviços suspeitos.

A determinação do presidente da CBV, Walter Pitombo Larangeiras, é para o cumprimento integral das medidas sugeridas pela Controladoria Geral da União. O esforço agora é para implementar aquelas que são essenciais para a melhoria do voleibol brasileiro, a exemplo da criação do Conselho de Apoio à CBV, formado por atletas, técnicos e a comunidade do voleibol.

Com Portal Terra e Agência Brasil

Fonte: www.jb.com.br
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir