Categoria Geral  Noticia Atualizada em 12-12-2014

MPF denuncia suspeitos de desvio de correspondências bancári
Grupo teria movimentado de 150 a 300 cartões por semana em Santos, SP. Ação teria gerado prejuízo de R$ 5 milhões; em novembro, 17 foram presos.
MPF denuncia suspeitos de desvio de correspondências bancári
Foto: g1.globo.com

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta quinta-feira (11) os suspeitos de envolvimento em um esquema que desviava correspondências bancárias para vender a grupos criminosos. No mês passado, 17 pessoas foram presas preventivamente durante operação em Santos, no litoral de São Paulo. Ao todo, 28 pessoas teriam participado do esquema, praticado desde julho do ano passado.
Dentre os detidos, estão dois carteiros. A suspeita é de que o grupo tenha desviado de 150 a 300 cartões por semana, o que teria causado um prejuízo de R$ 5 milhões para bancos e financeiras.
Segundo o MPF, a intenção é que todos os envolvidos sejam condenados por peculato, que é o crime cometido por funcionário público contra a empresa onde trabalha. Os suspeitos também devem ser acusados de estelionato e formação de organização criminosa.

O caso
As investigações começaram em junho de 2013, recebendo o nome "Corrieu", derivado do nome Correios, por envolver agentes da empresa pública. A Polícia Federal conseguiu traçar todo o percurso criminoso envolvendo as fraudes com cartões bancários, que se iniciava com o desvio de cartões nos Correios e terminava com os saques fraudulentos ou gastos dos cartões de crédito.

Segundo o delegado responsável pela investigação, Fábio Simões, a operação foi bem sucedida. "Tivemos êxito e prendemos 14 pessoas no dia 13 de novembro. Dos 14 presos, 12 eram integrantes da quadrilha e outros dois eram carteiros em São Vicente. Os funcionários vendiam os cartões de crédito para ações criminosas. Nada seria possível sem a participação dos carteiros", explicou.

A quadrilha teria uma espécie de RH, que recrutava carteiros para participar da ação. No Centro de Distribuição de Correspondências dos Correios, as correspondências comuns contendo cartões e documentos bancários eram desviadas por dois carteiros. Eles vendiam os cartões para as organizações criminosas que, por meio de meios fraudulentos, obtinham todos os dados dos clientes, tais como telefone, CPF, endereço e filiação.
A organização criminosa estruturou uma central telefônica na cidade de São Paulo. Algumas mulheres faziam ligações simuladas, solicitavam a confirmação de alguns dados dos clientes e obtinham senhas, que eram digitadas no telefone e identificadas por aparelhos "bina". As gravações telefônicas também simulavam "jingles" dos bancos. Outro membro da quadrilha ligava para o banco e realizava o desbloqueio do cartão. Os criminosos se dirigiam aos caixas eletrônicos ou estabelecimentos comerciais para fazer o uso desses cartões. Alguns membros da quadrilha foram para os Estados Unidos realizar compras com esses cartões clonados. "Essa quadrilha é como uma empresa. O dinheiro obtido era investido em outros equipamentos mais sofisticados. Eles investiam em mais cartões e celulares", disse Simões.

Na época, a empresa afirmou que a operação deflagrada pela Polícia Federal foi conjunta com os Correios e é uma das ações do acordo de cooperação técnica firmado entre as duas organizações, no fim do ano passado, para a implantação de medidas integradas visando a prevenção e a repressão de roubos a carteiros e assaltos a agências em todo o Brasil. A empresa também adota parcerias com órgãos estaduais e municipais de segurança pública.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir