Categoria Geral  Noticia Atualizada em 15-12-2014

Acidente em Jaguaribe deixa um morto e cinco gravemente fer
Um morto e cinco gravemente feridos, entre eles um menor de 13 anos, foi o resultado de um acidente de proporções cinematográficas, no final da tarde de ontem, na Avenida Otávio Mangabeira, trecho da Praia de Jaguaribe.
 Acidente em Jaguaribe deixa um morto e cinco gravemente fer
Foto: www.tribunadabahia.com.br

Um carro modelo Pálio, em alta velocidade, literalmente voou da pista principal e bateu de frente com um muro de pedras da casa de esquina de uma rua sem saída, provocando a morte imediata de Adaílton de Jesus Santos, de 29 anos.
A volta das praias no final da tarde de domingo foi lenta para quem estava saindo de Stela Maris, Itapuã e Piatã, sentido Barra, centro da cidade. Precisamente às 17 horas, o carro modelo Pálio, branco, placa OKP-7697, dirigido por Douglas Santana Nascimento, em alta velocidade, segundo testemunhas, perdeu o controle no trecho logo após o Supermercado Ideal, subiu o canteiro e, por causa da velocidade que vinha, voou, atravessando a pista alternativa, usada para a saída do mercado, e bateu de frente na casa de esquina, com um alto muro de pedras.
Com o choque, o Pálio perdeu os pneus dianteiros, que estouraram, a frente do carro sumiu, "sanfonou" com a violência do impacto, e o carro teve um princípio de incêndio. O carona Ademilton de Jesus Santos teve morte imediata e ficou preso nas ferragens, o motorista Douglas Santana Nascimento teve fratura do fêmur e vários cortes pelo corpo, um deles profundo na cabeça, e foi socorrido em estado de coma, levado para o HGE – Hospital Geral do Estado com os outros ocupantes do veículo, identificados pelo primeiro nome, Anderson, Cleidson e Rian Roque, este menor, de 13 anos, e um sexto passageiro não identificado no momento do acidente, todos gravemente feridos, sendo que, segundo os paramédicos, o estado mais grave era do motorista Douglas.
Os trabalhos da Transalvador ficaram a cargo do agente de trânsito Cristiano Bonati, que contou com o apoio de uma dezena de policiais da 15ª Companhia da Polícia Militar, além de uma viatura do Corpo de Bombeiros e cinco Unidades Móveis da SAMU, que com luzes de alerta ligadas, passaram uma imagem de "operação de guerra", formando no local do acidente numa "praça de guerra", travando o trânsito na orla, provocando um gigantesto engarrafamento, que só começou a fluir já no início da noite, por volta das 19 horas.
O herói "Lilico" desabou no choro
O barraqueiro Ari, conhecido na Praia de Jaguaribe como "Lilico", foi um dos heróis desta tragédia do trânsito na orla de Salvador. Negro forte, sarado de correr pela praia para atender seus clientes, ele foi o primeiro a chegar para socorrer os passageiros do Pálio OKP-7697, tirando sozinho, com a força dos seus braços, os três, dos quatro passageiros do banco traseiro, com princípio de incêndio no carro pela violência do impacto.
Localizei "Lilico" por volta das 19 horas, no escuro da noite, do outro lado do acidente, o lado da praia, sentado no meio-fio, cabeça apoiada nos dois braços, em cima dos joelhos. "Ari, Ari, Ari", precisei chamá-lo por três vezes para ele levantar a cabeça e me atender. De bermuda, sem a camiseta ensopada de sangue, que ele deixou pelo caminho, mas ainda com o corpo marcado pelo sangue das vitimas que socorreu o anônimo herói, atordoado, quase vira outra vitima do acidente.
Pedi que me narrasse o que aconteceu. Ari levantou e simplesmente começou a atravessar a pista no sentido do local do acidente, sem perceber ou ligar para o trânsito. Precisei gritar, segura-lo com firmeza pelo braço para não ser atropelado, mostrando o quanto o acidente tinha lhe transtornado, perdendo a noção de tempo e espaço.
"Eu estava aqui na pista e vi que o Pálio ficou descontrolado, subiu a pista, e, cara, o carro voou, subiu e foi bater de frente com o muro da casa. Corri prá lá e tirei três do carro, enquanto um motorista parou, pegou o extintor, e começou a apagar o princípio de incêndio. Tinha um menino – Rian Roque – que igual aos outros, estava desacordado, e carreguei no colo, mas um deles, o carona, ficou preso nas ferragens e não deu para tirar do carro", narrou o herói Ari Lilico.

Fonte: www.tribunadabahia.com.br
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir