Cerca de mil pessoas ocupam área no Morre Santana há seis meses.
Saída das famílias do local está marcada para a manhã de quarta (17).
Foto: g1.globo.com Quase mil pessoas que moram numa área ocupada de Porto Alegre vão ter que deixar o local nesta quarta-feira (16). Apesar do protesto dos moradores, a Justiça decidiu manter a reintegração de posse a ocupação Cruzeirinho, no bairro Morro Santana, como mostra a reportagem do RBS Notícias.
Pela manhã, os manifestantes fizeram um ato em frente ao Palácio Piratini. A área ocupada fica na Zona Leste e pertence a uma cooperativa habitacional. Mas está ocupada por cerca de 200 famílias há seis meses.
Todas as casas de madeira do local são pequenas e bem simples. Mas desde a segunda-feira (15) a situação das famílias piorou com o corte de energia elétrica da ocupação. Para passar a noite, os moradores da ocupação improvisaram fogueiras.
Sem luz, o bebê de Patrícia Ravasio teve que ir pra casa da avó porque precisa de nebulização. A mãe ficou cuidando dos outros filhos. Ela foi para a ocupação porque perdeu o emprego e não conseguiu mais pagar o aluguel. E faz um apelo às autoridades.
"Se eles me tiram daqui amanhã, onde eu vou passar o Natal e o Ano Novo com os meus filhos? Na rua? Eles têm casa para morar, eu não tenho. A não ser essa que eu construí com bastante sacrifício", desabafa.
A Brigada Militar monitora o local. Para a defensora pública Adriana Schefer do Nascimento, da Comissão Estadual de Mediação de Conflitos Urbanos, os direitos à propriedade e à moradia têm o mesmo peso.
"É uma situação bastante complexa. A Defensoria vem sempre tentando a mediação. Se nós estamos entre um conflito envolvendo dois direitos de igual hierarquia, somente olhando o caso concreto eu vou conseguir solucionar. E o caso concreto eu só vou consigo ver conversando com as partes", diz a defensora pública.
Fonte: g1.globo.com
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