Categoria Geral  Noticia Atualizada em 20-12-2014

Ele é a onda: conheça o primeiro brasileiro campeão do surfe
Ontem, logo nos primeiros tubos de Pipeline, Medina conseguiu a pontuação mais alta da tarde, suficiente para uma nota 17,66, mais do que o necessário para eliminar a lenda Kelly Slater da disputa
Ele é a onda: conheça o primeiro brasileiro campeão do surfe
Foto: www.superesportes.com.br

A areia de North Shore, no Havaí, mais parecia uma arquibancada, dada a quantidade de camisas amarelas e bandeiras brasileiras que acompanhavam os gritos. E não era por menos. Conhecido pelas ondas largas e perigosas, o mar tubular da histórica Pipeline parecia não querer se despedir das três diferentes gerações de lendas que chegaram à última etapa com chance de ser campeão mundial: diariamente, a agitação fantasiava-se de piscina, teimando em não formar ondas, que ainda assim não afastavam a mais jovem delas das águas cristalinas.

Aos 20 anos, Gabriel Medina deixou Kelly Slater, 42, e Mick Fanning, 33, na areia. Treinou todos os dias como quem quer se lavar. E quando o mar finalmente esteve bom para o surfe, foi o primeiro a mostrar que estava leve o suficiente para não carregar mais o adjetivo de "promessa". Em seu terceiro ano na elite do esporte, Gabriel Medina tornou-se o primeiro brasileiro a ser campeão do mundo de surfe, e de quebra, acabou com o domínio do eixo Estados Unidos—Austrália, que venceram o Circuito Mundial nos últimos 25 anos. A conquista se deu quando Fanning foi eliminado da repescagem da quarta fase.

Líder do ranking desde junho, Gabriel Medina, controlando a hiperatividade, esperou o resultado remando no mar, enquanto se concentrava para as quartas de final. Só depois de três minutos consagrado campeão do mundo é que saiu correndo para os braços da galera, abandonando as ondas. Por pouco tempo: ele ainda ganharia a bateria e se classificaria para as semifinais, que serão disputadas hoje.

Ontem, logo nos primeiros tubos de Pipeline, Medina conseguiu a pontuação mais alta da tarde, suficiente para uma nota 17,66, mais do que o necessário para eliminar a lenda Kelly Slater da disputa pelo título sem que o dono de 11 mundiais nem entrasse na água — que, quando surfou, foi eliminado da etapa pelo também brasileiro Alejo Muniz, o mesmo que tiraria Fanning de cena logo depois.

Slater saiu reconhecendo, mais uma vez, a superioridade de Medina, que o idolatra desde criança. E o brasileiro parece ter seguido à risca o manual "slateriano" da popularização.

Pop brasileiro
Mesmo sem Gisele Bündchen ou Pamela Anderson no currículo, como tem Slater, o brasileiro arrebatou marias-parafinas no simples trajeto do mar até a casa. Não namora porque "dá muito trabalho" nem gosta de ostentar, mesmo já tendo alcançado o primeiro US$ 1 milhão em premiações na carreira. O fenômeno Medina também levou, ontem, mais de 160 mil pessoas ao canal de vídeo que transmitiu ao vivo a última etapa. Com o assédio, ele vai ter de se acostumar: ontem, recebeu parabéns até da presidente Dilma Rousseff. "Orgulho do Brasil", postou, no Twitter.

O garoto nasceu Maresias (SP), lugar considerado um dos melhores para se pegar tubos no Brasil. Nas outras vitórias da temporada, em Fiji, na Austrália e no Taiti, Gabriel também teve paciência para enfrentar os tubos, de onde entra e sai desde que ganhou a primeira prancha, aos 8 anos — só que agora carregando uma dezena de patrocinadores na prancha campeã mundial.

Fonte: www.superesportes.com.br
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir