Kalil Rocha Abdalla, eleito pela terceira vez como provedor do hospital, vai ficar fora do cargo por 90 dias
Foto: ultimosegundo.ig.com.br Após denúncias de superfaturamento de obras e materais, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, que enfrenta uma crise financeira, o provedor da instituição anunciou domingo (21) que irá se afastar temporariamente do cargo.
Em nota oficial, a Santa Casa informou que o advogado Kalil Rocha Abdalla, de 73 anos, pediu afastamento para dar espaço uma sindicância interna no hospital. Ele deve permanecer fora por 90 dias.
A nota informou ainda que "Kalil Rocha Abdalla decidiu se licenciar do cargo no melhor interesse da Instituição e de forma a garantir ainda mais transparência e lisura da sindicância instaurada a seu pedido. A sindicância tem o objetivo de averiguar eventuais responsabilidades dos temas apontados na auditoria realizada pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. O afastamento tem prazo de 90 dias".
Kalil era pressionado por funcionários e membros da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia a deixar o cargo. O hospital, que é uma instituição filantrópica, está afundado em dívidas de mais de R$ 800 milhões. Essa crise financeira foi agravada na gestão de Kalil, quando o débito passou de R$ 80 milhões para bem mais de R$ 800 milhões.
A crise que o hospital enfrenta também afastou a população. Neste domingo (21), a quantidade de pacientes que procuraram o hospital para atendimento foi quase quatro vezes menor do que o habitual para a época.
Os funcionários da Santa Casa adiaram uma greve já prevista e aguardam um novo prazo para pagamento do salário de novembro e 13º salário que estão atrasados. A entidade filantrópica pediu um tempo até dia 29 de dezembro para realizar os pagamentos.
"Os representantes da Santa Casa apresentaram como prazo máximo de pagamento o dia 29 de dezembro, pois alegam que dependem de operações financeiras que estão em andamento cuja resposta só vão ter na próxima semana", disse o superintendente da SRTE-SP, Luiz Antonio Medeiros, que coordenou a reunião de conciliação, segundo comunicado de imprensa. O Ministério do Trabalho vai acompanhar de perto os prazos e os pagamentos e haverá outra reunião em janeiro para avaliar a situação.
A representante do Sindicato dos Enfermeiros, Ana Lúcia Firmino, disse que a categoria decidiu aguardar o prazo máximo pois uma greve no momento prejudicaria a população.
"A Santa Casa tem uma preocupação social e recebe todas as demandas de emergência do centro da cidade, por isso nossa categoria decidiu aguardar o dia 29 como prazo máximo, pois uma greve agora seria um grande prejuízo para a população".
Fonte: ultimosegundo.ig.com.br
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