Categoria Geral  Noticia Atualizada em 22-12-2014

Juro bancário de pessoa física sobe em novembro e é o maior
Taxa média atingiu 44,2% ao ano, a maior desde o início da série histórica. BC retomou processo de alta da taxa básica da economia em outubro.
Juro bancário de pessoa física sobe em novembro e é o maior
Foto: g1.globo.com

A taxa média de juros cobrada pelos bancos nas suas operações com pessoas físicas com recuros livres (excluindo BNDES, rural e habitacional) subiu 0,2 ponto percentual em novembro, para 44,2% ao ano, o maior patamar desde o início da série histórica do Banco Central - em março de 2011. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (22) pela autoridade monetária.
O aumento da taxa de juros das instituições financeiras acontece em um momento de alta da taxa básica da economia - a Selic - cujo processo de elevação foi retomado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em outubro deste ano, quando a taxa avançou de 11% para 11,25% ao ano. Atualmente, a taxa já está em 11,75% ao ano após outra elevação realizada pelo BC neste mês. O objetivo do BC ao subir juros é tentar conter as pressões inflacionárias.
Juro bancário sobe bem mais que taxa de captação
Os números da autoridade monetária mostram, porém, que os bancos não estão só repassando o aumento dos juros básicos da economia - feitos pelo Banco Central - mas que estão aumentando suas taxas dos clientes bancários acima disso.
Nos últimos dois meses, a taxa de captação das instituições financeiras, ou seja, quanto os bancos pagam pelos recursos no mercado - avançou 0,7 ponto percentual. A taxa média das operações com pessoas físicas, entretanto, avançou 1,2 ponto percentual neste período.
No acumulado deste ano, a taxa de captação, para pessoas físicas, subiu somente 0,1 ponto percentual. Ela estava em 12,2% ao ano em dezembro do ano passado, avançando para 12,3% ao ano em novembro. Já a taxa média de juros dos bancos para pessoas físicas, por sua vez, avançou 6,2 pontos percentuais. Em dezembro de 2013, estava em 38% ao ano, avançando para 42,2% ao ano no mês passado.
Taxa de todas operações e de empresas
Já a taxa de juros média das operações de crédito com empresas subiu de 23,4% ao ano em outubro para 23,5% ao ano em novembro – a maior desde fevereiro de 2012 (24% ao ano). A taxa de todas as operações (pessoas físicas e jurídicas), ainda com recursos livres, avançou de 32,9% ao ano em outubro para 33% ao ano em outubro – a maior desde outubro de 2011, quando somava 33,2% ao ano.
Inadimplência em queda
Segundo o Banco Central, a taxa de inadimplência das pessoas físicas, nos empréstimos bancários com recursos livres (sem contar crédito rural e habitacional), que mede atrasos nos pagamentos acima de 90 dias, permaneceu em 6,5% em novembro. Este é o menor patamar desde abril de 2011 - quando estava em 6,4%.
Já a taxa de inadimplência das operações dos bancos com as empresas, ainda no segmento com recursos livres, recuou de 3,6% em outubro para 3,5% em novembro. Trata-se do menor patamar desde junho deste ano, quando estava em 3,4%.
Considerando a taxa total de inadimplência, que engloba operações com as pessoas físicas e empresas, ainda nas operações com recursos livres, houve queda de 5% em outubro para 4,9% em novembro. É o menor patamar desde abril (4,8%). Nesse caso, não são considerados créditos habitacional e rural e as operações do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
"Spread" bancário sobe no ano
O aumento das taxas de juros bancárias de pessoa física neste ano contribuiu para elevar o chamado "spread bancário" – que é a diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e quanto cobram de seus clientes.
Embora tenha recuando um pouco de outubro para novembro, o spread nas operações com pessoas físicas fortemente neste ano. Em dezembro do ano passado, estava em 25,8 pontos percentuais, avançando para 31,9 pontos percentuais em novembro deste ano.
O spread é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir