Categoria Geral  Noticia Atualizada em 26-12-2014

Analistas avaliam novos ministros como garantia de governabi
De acordo com a an�lise de Ismael, desde as primeiras nomea��es, a presidenta tem buscado dialogar com v�rios setores da sociedade
Analistas avaliam novos ministros como garantia de governabi
Foto: jornaldeluzilandia.com.br

A escolha dos 13 novos ministros pela presidenta Dilma Rousseff � uma tentativa de conquistar aliados no Congresso Nacional e garantir a governabilidade no segundo mandato. Os nomes, anunciados na �ltima ter�a-feira (23), atendem a partidos da coliga��o que reelegeu a presidenta e n�o deveriam ser surpresa para eleitores � esquerda, afirmam cientistas pol�ticos ouvidos pela Ag�ncia Brasil.
A preocupa��o com a composi��o do pr�ximo Congresso Nacional foi um dos principais elementos para a escolha dos novos ministros, disse o cientista pol�tico Ricardo Ismael, da Pontif�cia Universidade Cat�lica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Apesar de o PT e o PMDB terem as maiores bancadas, tamb�m cresceram partidos como o PSD, de Gilberto Kassab, escolhido para o Minist�rio das Cidades, e o PRB, de George Hilton, contemplado com a pasta do Esporte.

De acordo com a an�lise de Ismael, desde as primeiras nomea��es, a presidenta tem buscado dialogar com v�rios setores da sociedade. Segundo ele, isso ficou claro com as indica��es de Joaquim Levy para a Fazenda, de Armando Monteiro para o Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior e de Nelson Barbosa para o Planejamento. "Foi uma tentativa de atender o mercado financeiro, sinalizando mudan�as na politica econ�mica. Com os 13 novos nomes anunciados, a preocupa��o foi na mesma linha, contemplando a base aliada, sobretudo o PMDB, que ficou com seis pastas."

Para Jo�o Feres J�nior, professor de p�s-gradua��o do Instituto de Estudos Sociais e Pol�ticos (Iesp), � natural que pol�ticos sejam escolhidos para altos cargos no governo. Segundo ele, esta � uma forma de tentar um di�logo mais pr�ximo com representantes eleitos para o Congresso e garantir que as propostas do Planalto sejam aprovadas pelo Legislativo.

"O presidente da Rep�blica tem uma autonomia limitada. V�rias das politicas p�blicas do Executivo t�m de ser aprovadas na forma de lei. Para uma lei ser aprovada, precisa passar pelo Parlamento. Ent�o, a presidenta tem de ter aliados l�", comentou Feres.

O futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante encontro com o atual ministro, Guido Mantega, no minist�rio (Valter Campanato/Ag�ncia Brasil)Ele lembrou que a Presid�ncia da Rep�blica apresenta mais projetos de lei que deputados e senadores, mas precisa tratar com eles. "No sistema presidencialista, o conte�do do governo tem de ser negociado constantemente com o Legislativo. A presidenta n�o escolhe not�veis em cada �rea e os coloca nos minist�rios. O gabinete ministerial reflete o acordo com a base parlamentar, uma articula��o com a maioria do Parlamento", explicou. "Pol�tica � uma arte complicada. � correr no fio da navalha", disse.

Embora muitos nomes n�o agradem a eleitores mais � esquerda do PT, Luciana Veiga, professora de Ci�ncia Pol�tica da Universidade Federal do Paran�, lembrou que Dilma venceu representando uma coliga��o da qual ficaria dependente. "N�o podemos pensar em desvirtuamento do voto. Pressup�e-se que os eleitores sabiam que era uma coliga��o sustentada pelos votos do Parlamento, que, na C�mara, ficaram divididos entre PT e PMDB", acentuou.

Luciana acredita que, com cen�rio econ�mico mais apertado, sob influ�ncia das investiga��es da Opera��o Lava Jato, o segundo mandato ser� de negocia��o constante entre as for�as que elegeram a presidenta. "H� os eleitores de esquerda que, na reta final, viabilizaram a elei��o. Mas eles n�o s�o maioria entre os eleitores de Dilma. Pensando fria e estrategicamente em termos eleitorais, s�o eles os �ltimos a deixar de votar no PT em uma eventual disputa contra o PSDB."

A professora da UFPR acrescentou que a escolha por pol�ticos foi pensada para garantir a governabilidade, diante das incertezas econ�micas e do cen�rio pol�tico. "V�o-se os an�is, mas ficam os dedos. Tem de negociar. Se ela fizer birra agora, cai na armadilha de negociar vota��o por vota��o. Sabemos como isso fica caro", disse Luciana, referindo-se, por exemplo, ao tr�mite tumultuado do decreto criando a Pol�tica Nacional de Participa��o Social (PNPS).

A an�lise de Jo�o Feres Jr. � semelhante. Ele sugere que os setores descontentes com as indica��es devem cobrem de Dilma por terem sido decisivos na reta final da campanha. "Os movimentos sociais t�m de cobrar a d�vida, enquanto o papel da presidenta � governar", justificou.

Fonte: jornaldeluzilandia.com.br
 
Por:  Ludyanna Ferreira    |      Imprimir