Categoria Geral  Noticia Atualizada em 30-12-2014

Comissão da Verdade revela tortura em Feira de Santana
Também na cidade, um padre polonês agia como torturador e comandante das ações que indicavam as pessoas a serem presas e torturadas
Comissão da Verdade revela tortura em Feira de Santana
Foto: www.correio24horas.com.br

O resultado dos primeiros 18 meses de trabalho da Comissão Estadual da Verdade – Bahia (CEV-BA), empossada em agosto de 2013, foi entregue nesta segunda-feira (29) ao atual governador e ministro da Defesa a partir de 1º de janeiro, Jaques Wagner (PT).

O documento, de cerca de 300 páginas, revela descobertas sobre tortura e repressão em Feira de Santana, no Centro-Norte do estado. "Havia um conceito de que em 1964 não houve tortura. E houve sim, pelo menos em Feira de Santana. E, talvez por falta de prática e até de instrumentos, eles colocavam as pessoas em prensas enormes de fumo, e começavam a fechar aquilo até as pessoas ficarem deitadas lá, amassadas", contou o coordenador da CEV-BA, o jornalista Carlos Navarro Filho.

Também na cidade, um padre polonês agia como torturador e comandante das ações que indicavam as pessoas a serem presas e torturadas. "Era um capelão da polícia ou do Exército que saía até a noite buscando pessoas em festas", disse.

Dentre as recomendações feitas pelo documento – que será repassado ao governador eleito Rui Costa – está a revisão e reinterpretação da Lei de Anistia, para que se possa ter acesso aos documentos militares e assim poder investigar e punir os responsáveis por crimes cometidos durante os 21 anos de regime militar no Brasil.

Wagner disse que é preciso responsabilizar também os civis que participaram dos atos. "Existe um personagrama de quem fez e levou as Forças Armadas para este caminho, inclusive muitos civis, empresários de todas as áreas. Fica parecendo que elas foram mandatárias exclusivas". O documento sugere ainda a troca de nomes de prédios públicos e
logradouros.

Fonte: www.correio24horas.com.br
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir