Categoria Geral  Noticia Atualizada em 31-12-2014

Veja quais foram os principais fatores que levaram à queda d
Alguns fatores que podem ter contribuido para a queda do avião
Veja quais foram os principais fatores que levaram à queda d
Foto: g1.globo.com

Vocês já perceberam. Nós estamos de novo diante da necessidade de explicar a queda de um avião moderno, bem equipado, conduzido por tripulação profissional e experiente, numa área onde várias outras aeronaves trafegavam sem maiores problemas.

Vamos para o que a gente sabe. Nosso primeiro olhar é dirigido para a meteorologia. O tempo estava ruim, demonstrado pela foto de satélite. Zonas vermelhas mostram nuvens muito altas, muito perigosas, são do tipo cumulus nimbus. Elas são muito comuns no Brasil e os paulistanos, aliás, puderam ver o que um cumulus nimbus apronta na noite de 28 para 29 de dezembro.

São nuvens muito altas. Elas têm uma energia imensa dentro delas, muitas correntes ascendentes e descendentes criam turbulências muito perigosas para aviões fora a quantidade de água e as rajadas de vento que podem passar facilmente dos 100 km/h. Os cumulus nimbus sempre são evitados pelos aviões.

O que nós sabemos que esse avião sabia? Ele sabia que tinha diante dele um cumulus nimbus. Ele estava voando a 32 mil pés, embaixo, e pediu para subir até 38 mil pés. É comum um cumulus nimbus ir muito mais alto do que as altitudes onde trafegam os aviões comericiais.

Os pilotos com os quais conversei, que são pilotos comerciais brasileiros, com enorme experiência no trato desse tipo de situação meteorológica, me disseram que acharam estranho a tripulação deste avião tivesse pedido autorização para subir.

O que um piloto tenta é evitar um CB, como é também chamado esse tipo de situação meteorológica, é de evitar pelo lado - que é o que esse airbus estava fazendo. Isso tudo a gente sabe e está registrado nas comunicações por rádio.

Aí vem evidentemente a pergunta: Se ele estava desviando por que se espatifou no mar? Em outras palavras, por que a tripulação aparentemente perdeu o controle em voo da aeronave?
Muitos fatores podem ser considerados, inclusive fatores mecânicos, mas o primeiro problema que vem à cabeça de todos nós e dos pilotos com quem conversei também foi a situação enfrentada pelo voo 447 da Air France sobre o Oceano Atlântico, o famoso A330 que caiu no trajeto entre Rio e Paris.

Ele teve uma leitura errada de velocidade através dos sensores que ficam na parte dianteira desse modelo de avião e, a partir daí, uma situação equivocada do piloto fez o avião perder a sustentação. Os pilotos chamam até que é um deep stall, uma perda de sustentação profunda que esses pilotos não conseguiram reconhecer. Os resultados foram uma tragédia.

A gente não pode ainda afirmar a mesma coisa ainda para o acidente do A320 na Indonésia, mas o fato de ter sido reportado que o avião aparentemente espatifou-se ao bater no mar sugere-se que ele chegou inteiro até o momento do choque.

É o tipo de acidente que deve ser esclarecido sem maiores dificuldades assim que forem encontrados os gravadores dos dados do voo e dos sons da cabine de comando.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Desirée Duque    |      Imprimir