Categoria Geral  Noticia Atualizada em 06-01-2015

Ex-secretário do RS defende policial investigado por
Airton Michels afirmou que conhece a "honestidade" do comissário. Porém, disse que tinha conhecimento de que ele fazia segurança privada.
Ex-secretário do RS defende policial investigado por
Foto: g1.globo.com

O ex-secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul Airton Michels defendeu nesta terça-feira (6) a conduta do comissário, lotado em seu gabinete, investigado por possível relação com o traficante executado por um grupo rival no último domingo (4) em Tramandaí, no Litoral Norte. Na posse do novo titular da Pasta, Michels afirmou que sabe da honestidade do policial, mas admitiu que tinha conhecimento de que ele fazia "segurança privada".

"Ele é um policial honesto, sério e competente. Este é o conceito que tenho dele. O que se passou vai ser apurado", afirmou Michels. "Acho muito difícil, quase improvável, que ele tenha envolvimento com quadrilha de tráfico de drogas. Mas é verdade que, claro que não comigo, ele buscava recursos fazendo segurança privada", disse.

Michels também revelou que falou com o comissário investigado por telefone, logo depois que tomou conhecimento dos fatos noticiados na imprensa. "Ele disse: "fica tranquilo que vou falar toda a verdade quando me perguntarem, não tenho nada a esconder"." No entanto, segundo o ex-secretário, o policial não soube dar detalhes sobre o motivo pelo qual foi encontrado na casa do traficante morto no dia do tiroteio.

Segundo investigações preliminares da Corregedoria-Geral da Polícia Civil (Cogepol), o comissário de polícia, que trabalhava diretamente com o secretário de Segurança Airton Michels no último governo, teria participado de uma confraternização na residência onde Alexandre Goulart Madeira, o Xandi, foi morto.

"Durante o flagrante, o comissário se apresentou ao delegado de Tramandaí e disse que tinha passado lá para pegar o sobrinho, ferido nas costas. Essa é a versão dele, mas a versão que o delegado colheu é diferente e vamos investigar", disse ao G1 o delegado Paulo Rogério Grillo, diretor da Cogepol.

O delegado de Tramandaí, Paulo Perez, encaminhou à Justiça o pedido de prisão preventiva de oito dos 12 presos dentro da residência em Tramandaí. São sete homens e uma mulher, entre eles o familiar do policial que ficou gravemente ferido e foi transferido para um hospital de Porto Alegre. Outras quatro pessoas que estavam na casa foram liberadas.
Perez diz ainda que as investigações estão "avançadas" e que os atiradores já foram identificados. Os agressores e as vítimas seriam de quadrilhas rivais, que já haviam se enfrentado em novembro do ano passado dentro de uma boate em Porto Alegre.

O crime

O tiroteio ocorreu por volta das 14h na casa localizada na Rua 3 de Outubro. Segundo a Brigada Militar, quatro homens chegaram ao local em um Corsa vermelho. Dois deles desceram e atiraram contra a residência. Foram feitos vários disparos de fuzil e de pistola 9 mm.

Xandi, que estava à beira da piscina, foi atingido na cabeça e morreu no local. Outro homem, que seria sobrinho do policial, foi atingido nas costas. Ele foi socorrido e transferido para o Hospital de Pronto Socorro da capital, onde permanecia internado em estado grave. Uma mulher levou um tiro de raspão na barriga.

A casa alugada pelos criminosos fica a uma quadra do mar, perto da plataforma, em um dos pontos mais movimentados de Tramandaí. Segundo a polícia, a quadrilha chegou ao local em 26 de dezembro e voltaria pra Porto Alegre na tarde de domingo (5). A diária paga por eles pelo aluguel da casa foi de R$ 1,2 mil.

Na residência, foram apreendidas cinco pistolas, seis carregadores de 31 tiros, outras 200 munições, uma grande quantia em dinheiro e quatro veículos (entre eles uma caminhonete de luxo), além de joias e uma quantidade de drogas.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Ingrid Leitte    |      Imprimir