Categoria Geral  Noticia Atualizada em 06-01-2015

Greve na Volks contra 800 demissões
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC/SP, em assembleia realizada na terça-feira, 6, em São Bernardo, sete mil trabalhadores na Volks aprovaram greve por tempo indeterminado em protesto contra a decisão de demitir 800 funcionários da empresa.
Greve na Volks contra 800 demissões
Foto: economiasc.com

A decisão abrange os 13 mil metalúrgicos dos três turnos na fábrica. Segundo o sindicato, os trabalhadores souberam de sua demissão por meio de cartas que determinavam aos funcionários que eles não precisariam retornar aos seus postos de trabalho após o fim das férias coletivas.

A correspondência começou a ser enviada pela Volks dia 30 de dezembro e chegou a 800 funcionários. Além deles, a ameaça de demissão existe para outros 1300 trabalhadores, já que a Volks anunciou publicamente sua avaliação de que existem 2100 excedentes na fábrica do ABC. "Não podemos aceitar esta demissão em massa", afirmou o secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, durante a assembleia pela manhã.

Para ele, mesmo os trabalhadores tendo rejeitado a proposta negociada em dezembro passado, ainda está em vigência o acordo aprovado em 2012. "Pelo acordo não poderia ocorrer demissões na fábrica desta forma unilateral como aconteceu", criticou. Segundo Wagnão, em junho de 2014, representantes da montadora procuraram o Sindicato para relatar que não tinham como manter o acordo. Assim as negociações de uma nova proposta foram iniciadas. "Após a rejeição desta proposta pelos trabalhadores em assembleia, a empresa rompeu o acordo e teve essa iniciativa de se livrar daquilo que ela computa como custo, mas que para nós são pais e mães de família", disse.

No final da assembleia, os trabalhadores em greve voltaram para o interior da fábrica, mas sem produzir um único carro. Em torno de mil trabalhadores da Ala 17 (Engenharia) foram dispensados para retornarem às suas casas, onde devem permanecer até as próximas orientações do Sindicato.

Segundo a Volkswagen, o cenário de retração da indústria automobilística no país nos últimos dois anos e o aumento da concorrência impactaram em seus resultados. Segundo a montadora, de janeiro a dezembro de 2014 a indústria automotiva brasileira teve queda aproximada de 7% nas vendas e de mais de 40% nas exportações, comparado com o ano de 2013, resultando numa retração de 15% na produção.

Em 2012, o sindicato e a Volkswagen firmaram um acordo coletivo, com validade até 2016, prevendo questões como estabilidade e politica de reajustes. No ano passado, porém, a empresa quis rever o acordo, mas a proposta foi rejeitada em assembleia pelos metalúrgicos. O sindicato reclama que a empresa, desde então, não chamou os trabalhadores para negociar e tomou uma decisão unilateral com as demissões.

A empresa argumenta que, quando o acordo foi firmado, após anos de crescimento, a perspectiva para a indústria automobilística era positiva, pois acreditava-se que seriam vendidas quatro milhões de unidades em 2014. "O que ocorreu foi uma retração para 3,3 milhões. É importante lembrar que, na unidade Anchieta, o nível de remuneração médio é mais alto que os principais concorrentes, inclusive na região", diz a nota da empresa. (Agência Brasil/Sindicato dos Metalurgicos São Bernardo/SP)

Fonte: economiasc.com
 
Por:  Ingrid Leitte    |      Imprimir